terça-feira, 26 de abril de 2011

Artigo


Os dias nublados de Marina
“Na noite de ontem o fenômeno Marina parecia estar com uma áurea mais opaca, colocando em cheque uma perspectiva: os 20 milhões de votos nas eleições de outubro foram mesmo para Marina, foram para o Partido Verde ou para uma terceira via política sem personificações?”

Renata Camargo*
A ex-senadora Marina Silva está passando por dias nublados. Na capital federal, onde o céu está cada vez mais azul pela chegada da seca, Marina se mostrou distante da empolgação trazida por um dia brilhante de sol.



Também pudera. Dos 611,3 mil eleitores do Distrito Federal que votaram na ex-candidata do PV à Presidência da República em outubro passado, pouco mais de 60 pessoas compareceram para ouvi-la na noite de ontem (25) num centro cultural em Brasília. Alguns desses vieram de cidades e municípios vizinhos.



Ao contrário do que ocorria no ano passado, quando somente a presença de Marina fazia balançar o coreto e arrastar multidões, a ex-senadora não conseguiu ontem empolgar de fato o auditório, com menos da metade de sua capacidade ocupada, em sua maioria preenchida por aliados.



Na capital federal, que concentra os três Poderes da República, nenhum dos “grandes” nomes do PV esteve presente para ouvir o Movimento de Transição Democrática do partido. Nem mesmo o presidente da executiva regional, o atual secretário de Meio Ambiente do DF, Eduardo Brandão, compareceu. Eduardo alegou “compromissos outros” para justificar a ausência.



A ex-candidata do PV veio a Brasília defender a redemocratização do partido. Tarefa que passa pela espinhosa missão de destituir da presidência do PV o atual comandante, o deputado paulista José Luiz Penna, e esbarra num conflito de concepções políticas dentro da própria legenda.



A proposta de seu grupo minoritário, segundo Marina, é “reestruturar o PV para que ele seja um veículo de expressão da sociedade”, como um partido “em rede, capaz de dialogar com os núcleos vivos da sociedade para realizar as transformações de uma forma radicalmente democrática”, sem centralizar decisões.



“O PV fala de ganhar o mundo, mas não consegue ganhar a si mesmo. Queremos que o PV seja de fato um partido, e não uma sigla”, disse Marina.



A ex-senadora do Acre foi a candidata mais votada no Distrito Federal no primeiro turno das eleições presidenciais em 2010. A votação expressiva obtida pela candidata do PV foi um dos fatores determinantes para a realização do segundo turno na disputa à Presidência da República.



Mas na noite de ontem o fenômeno Marina parecia estar com uma áurea mais opaca, colocando em cheque uma perspectiva: os 20 milhões de votos nas eleições de outubro foram mesmo para Marina, foram para o Partido Verde ou para uma terceira via política sem personificações?



Essa pergunta parece banal neste momento, afinal, eleições presidenciais só daqui quatro anos, e a de outubro já passou. Mas pensar a política partidária fora do período eleitoral se faz necessário e deveria se tornar uma prática constante.



Marina, figura reconhecida internacionalmente pela defesa ambiental, ao longo dos meses eleitorais, se mostrou, em vários momentos, maior do que o partido. Uma inversão desses valores, no entanto, pode agora estar despontando: sem o arcabouço estrutural do PV, a estrela da candidata verde pode estar se apagando?



Se os votos não foram personificados na figura de Marina, podem ter sido para o PV. Mas se o PV não se reestruturar profundamente e não fugir da práxis dos partidos que se pautam na lógica do poder pelo poder, esses votos mesmo tendo sido do partido, não voltarão para ele em eleições que estão por vir.



E se os votos não foram para Marina, nem para o PV, podem ter sido para uma terceira via, na personificação da esperança de uma renovação política. Daí, novamente se não houver uma mudança estrutural profunda no PV – mudança essa em que, de fato, o partido e seus membros sejam coerentes com a bandeira da sustentabilidade, que é uma causa crescente –, o papel da terceira via numa próxima eleição presidencial poderá ser exercido por qualquer outro candidato ou partido, ficando o feito do PV nas eleições de outubro passado apenas como uma referência na história.



Bem, a vantagem do português em relação a outras línguas, como o inglês, por exemplo, é que os verbos ser e estar são palavras diferenciadas e usadas com significados distintos (no inglês, to be significa ambos os verbos). Para Marina, fica o alento de que “estar passando por dias nublados” não significa necessariamente que os dias são nublados.



O processo de transformação e rachas internos do Partido Verde pode significar dias melhores. Os dias nublados pelos quais passa a ex-senadora Marina Silva podem significar apenas um momento, um período de transição.



Tudo vai depender das reais razões pelas quais as pessoas imbuídas de poder decisório dentro do PV são movidas. Se, na essência, a prática for seguir a velha cartilha da política, com o esquema de cargo em troca de apoio, tudo vai acabar na mesma. E, na história, o PV, que nasceu com uma concepção diferenciada, será registrado apenas como mais um partido.



*Formada em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB), Renata Camargo é especialista em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pelo CDS/UnB. Já atuou como repórter nos jornais Correio Braziliense, CorreioWeb e Jornal do Brasil e como assessora de imprensa na Universidade de Brasília e Embaixada da Venezuela. Trabalha no Congresso em Foco desde 2008.

Artigo

A CARNE DO ACRE É LEGAL!!

Mauro Ribeiro

Poucos produtos são tão genuinamente acreanos quanto a melhor carne do Brasil, a nossa carne. Consumimos uma carne saborosa, macia, suculenta, frequentadora das melhores churrascarias do Brasil. Mais que isso: da mesa de todas as famílias acreanas. Falo sobre as qualidades de nossa carne para começar, pelo sabor, a rebater a recente tentativa de criminalizar a incipiente produção pecuária acreana, com a proposição de uma multa estratosférica e as consequências nefastas de tal ato.

Não considero que esta seja uma discussão reservada a especialistas. É de interesse de toda a sociedade. Posso afirmar que, no meu entendimento, trata-se de uma ação extemporânea e intempestiva, feita para reacender velhos holofotes midiáticos e tentar jogar por terra todo o esforço histórico que governo e sociedade construímos na superação de antigas divergências.

No fundo trata-se de uma questão puramente ideológica, manifestada sempre em suposta defesa dos interesses da população, em abrigo a um modelo de desenvolvimento de que a Amazônia tem dados seguidas provas de saber fazê-lo diferente, o Acre em especial. Tem sido assim sempre que algum projeto de desenvolvimento é colocado em curso: dificuldades e embaraços são criados para manter a Amazônia como santuário de pobres e isolados, num rosário de exigências inaplicáveis em qualquer outro estado brasileiro.

Considero extemporânea porque comete um erro histórico. Desconhece quem é o verdadeiro pecuarista do Estado. Com a mira ideológica voltada para os grandes fazendeiros, acerta o alvo nos pequenos proprietários, que diz defender. Ora, nem sonham que cerca de 80% das propriedades tem menos de 100 cabeças de gado. Se pensarmos em até 500 cabeças, quase 98% dos produtores estão concentrados neste intervalo.

Juntos, detêm a maioria do rebanho e são, ainda, os principais fornecedores de bezerros para recria e engorda.

É intempestiva porque o Acre, desde 2007, fez aprovar a Lei Estadual do Zoneamento Ecológico-Econômico, estabelecendo, dentre tantas coisas boas, a possibilidade de regularização de áreas com passivo ambiental, inclusive estabelecendo a modalidade da desoneração, em adição às de compensação de reserva legal, regeneração natural e reflorestamento -- já previstas no moribundo Código Florestal.

Só por isso -- por existir um programa de regularização de passivo ambiental em pleno curso -- já seria injustificável atropelar prazos, impondo julgamento antes mesmo de concluir etapas de defesa e adequação de todos os produtores que desejam permanecer na legalidade. Além disso, impor medidas tão draconianas à economia do Estado, justamente no único setor consolidado e responsável pela geração de riquezas e oportunidades de trabalho, onde foi plantada uma verdadeira cadeia produtiva, é apostar no caos, na quebradeira. Por isso, não se justifica acenar para o setor tendo à mão a dura intenção de proposição de Termos de Ajustamento de Conduta, como se assinar um TAC fosse necessariamente uma solução tão generosa. Não pode haver generosidade com imposição. É sempre necessário considerar os dois lados.

A multa proposta -- e o consequente embargo aos frigoríficos -- ajuda a pensar que o julgamento e a condenação estão antecipados a qualquer possibilidade de discussão.Todos sabem que temos prazo em aberto, que estão andando os processos de licenciamento e regularização ambiental. Mais ainda: que está havendo adesão dos nossos produtores, a tal ponto de muitas propriedades rurais já se encontrarem regularizadas, e outras encaminhando uma série de providências para darem entrada em seus processos de regularização, a exemplo do Georreferenciamento de cada área, um processo oneroso e necessário.

Quem é que não sabe que nos dias 3 e 4 de maio o Congresso Nacional estará votando a proposta de alteração do Código Florestal, removendo um dos mais velhos entulhos que conheço? Será oportunidade para adequá-lo aos novos tempos sem descuidar da proteção ambiental.

Pelas propostas em discussão, algumas com a sinalização de consenso por parte da base governista, é possível resolver mais 90% dos problemas de passivo ambiental em nosso Estado, o que atenderia a expectativa de milhares de pequenos produtores rurais.

Entrevista

"Major Rocha é um cidadão

que sempre se beneficiou

da Associação dos Militares"

Ontem à tarde, por volta das 16h30, o telefone do jornalista tocou. Do outro lado da linha estava o sargento da Policia Militar Natalício Braga querendo falar sobre o processo de discussão, ataques e interesses político-partidários dentro da Associação do Militares do Estado do Acre.

Sargento com 20 anos de carreira, Natalício Braga, 43, é um dos fundadores da entidade. Trabalhou na fundação com o hoje vereador Sargento Vieira (PPS) e o deputado estadual Wherles Rocha (PSDB).

Eleito presidente da entidade em duas oportunidades, Braga é alvo de denúncias por parte dos seus antigos companheiros de luta, que o acusam de ter cometido várias irregularidade.

Nessa entrevista exclusiva, o militar quebra o silêncio e aponta quem, na sua opinião, fez o uso da Associação para crescer politicamente e viabilizar seus interesses particulares.

Boa tarde, Braga, tudo bom?
Nem tudo está bom, né?

O que está acontecendo mesmo? A gente lê e escuta tantas coisas envolvendo a Associação do Militares do Estado do Acre...
Você pode escrever ou está gravando?

Pode falar. Estou gravando e escrevendo
Veja bem. A Associação dos Militares foi fundada em 2006 por mim, pelo major Wherles Rocha e pelo sargento Vieira, entre outros. Foram trezes os fundadores. De lá para cá a entidade se tornou muito forte, apesar de não poder ser sindicato.

Ficou forte por quê?
Ficou forte pelos movimentos realizados com bastante intensidade, entre eles o de 4 de maio, em frente ao gabinete do governador Binho Marques. Com a união da tropa elegemos um vereador, um deputado estadual, e a Associação tornou-se muito poderosa.

Mas, apesar de ser co-fundador, o major e deputado Wherles Rocha agora é seu adversário
É verdade. O major Rocha, que andou comigo durante cinco anos, é parecido com aqueles músicos que têm uma banda, mas preferem fazer carreira solo. Infelizmente, ele fez o uso de jogo baixo para atingir seus objetivos.

Como jogo baixo?
Ele sempre fez parte das duas diretorias que presidi e hoje quer o controle da Associação a qualquer custo, tentando chegar ao seu objetivo por meio de denúncias infundadas.

Mas há denúncia de que a sua reeleição foi irregular...
Essa é uma história sem cabimento. Na última eleição, quando fui reeleito, o major Rocha pegou três policiais (o soldado Púpio, dos Bombeiros, o sargento Cadeias e o sargento Carvalho, da reserva) e os fez ingressarem com ação dentro da nossa entidade, alegando processo irregular da eleição, o que não ocorreu. São todos testas-de-ferro do major.

Mas o senhor é acusado de estar foragido...
Não estou foragido nem sumido. É que, como ele ganhou em primeira instância, há um oficial da Justiça para me notificar. Ocorre que a notificação só terá valor se eles me acharem. Estamos em grau de recurso.

Há uma história nebulosa da compra de um veículo pela Associação. Como foi isso?
Em 2009, compramos uma camionete, uma L200, de placa NAB 2310. O veículo foi comprado no nome do major Rocha. Está documentado no Detran. Ele e o sargento Vieira fizeram um cambalacho e alugaram a camionete para a Câmara de Vereadores.

De quanto era o aluguel?
Era de dois mil reais por mês. Eu descobri a mutretagem. Nosso tesoureiro foi procurado pelo Vieira, que queria depositar o dinheiro na conta da Associação, mas nós não permitimos. Bloqueamos a tentativa.

O depósito seria de quanto?
Era de vinte e quatro mil reais, mas dissemos que não poderíamos receber porque era um dinheiro ilegal.

Por que o dinheiro seria ilegal?
Seria ilegal porque a Associação não presta serviço. É uma entidade de classe, quase filantrópica, sem fins lucrativos. Fizemos até documento para não aceitar.

Bem, a sua reeleição foi legal. Onde estão os documentos que comprovam a legalidade?
Em 2009, eu pedi um afastamento. Eles ficaram no comando da Associação. O major Rocha sumiu com vários documentos, entre eles os do processo eleitoral, que transcorreu dentro da legalidade. Mas ele, além de sumir com os documentos, chamou seus testas-de-ferro para dizer que não houve lisura no processo.

Qual foi o resultado do sumiço da documentação?
A situação foi levada à Justiça e a juíza Maria Cezarinete deu a vitória a eles em primeira instância porque tivemos dificuldades para reencontrar os documentos. O major Rocha é maquiavélico. Ele quer o controle da Associação de qualquer forma. Mas encontramos todos os documentos e entramos com recurso.

Por que há tanto interesse no controle da entidade?
Ora, porque a Associação dos Militares é a terceira maior entidade representativa do Estado. É uma força política poderosa. O major Rocha foi eleito com os votos do militares associados à nossa entidade.

Mas qual foram os motivos do seu rompimento com o deputado Wherles Rocha?
Como eu discordei dele em muitas coisas, ele se voltou contra mim. O major Rocha quer transformar a Associação numa facção ultrarrevolucionária. Quer ser o Che Guevara na oposição.

O senhor acha correto usar a Associação para fins eleitorais?
Não acho correto. Penso que a Associação não tem cor partidária. Não é do PT, do PSDB, do PMDB ou qualquer outro partido. É uma entidade que agrega os militares e defende os interesses de classe sem facção partidária. Como tem interesses partidários, o major Rocha quer assumir o controle da Associação dos Militares no tapetão.

O senhor tem alguma coisa que ponha em xeque a seriedade de Rocha?
Bem, em 2009, ele fez denúncia de combustível, mas o posto era de um tio dele. Era ele quem usava o combustível. Chegou a ir para Xapuri e abasteceu com dinheiro da Associação.

Mas como aconteceu essa relação dos negócios da Associação com um parente de Rocha?
A Associação tinha um convênio com o posto que era do tio do major Rocha. Trata-se de um sujeito extremamente calculista, que sempre se beneficiou e tirou proveito da Associação. Tanto que se elegeu deputado estadual e hoje quer ser o paladino da justiça.

Pelo que se ouve, é o senhor que está sendo acusado de ter conduta duvidosa...
Isso ocorre porque tem um sujeito que fica me difamando. Tinha um blog para isso. Ganhei na Justiça para que a página fosse retirada do ar. Não há registro no Google. Ganhei sessenta e dois mil reais por indenização. O jogo do major Rocha é o jogo do vale-tudo.

Qual é a avaliação que o senhor faz do deputado Rocha?
É um cidadão que sempre se beneficiou da Associação.

Mas como aconteceu esse beneficio?
É simples. Compramos um carro para a Associação no nome dele e o veículo foi alugado para a Câmara de Vereadores. O posto de gasolina que a Associação tinha convênio era de um tio dele. Ele o sargento Vieira foram para um evento gospel em Xapuri usando o dinheiro da Associação. Trata-se de um rapaz esperto.

O Senhor não teme represálias?
Claro que temo. Tem chegado ameaça a minha casa. Acho que parte do rumo dele. O major tem gente que faz o trabalho sujo para ele.

Vale a pena brigar pela Associação?
Vale, porque o major quer a qualquer custo o controle dela. Ele está execrando um sargento que tem vinte anos de Polícia Militar. Sou professor de matemática formado, tenho a minha reputação ilibada. Estou sendo execrado para o major tentar tomar o controle da entidade, a fim de fazer uso político-partidário dela.

O senhor se sente como?
Sinto-me perseguido por esse homem. Ele está me caçando da mesma forma que o coronel Hildebrando Pascoal caçou seus adversários naquele tempo. O major está fazendo uso de todo o seu poderio legal e ilegal para me perseguir. Não mede esforços para me aniquilar dentro da Polícia Militar como sargento e como homem.

E os documentos da sua reeleição vão aparecer?
Entramos com ação junto à Justiça para a verdade ser restabelecida. Os documentos da eleição estão em poder da Justiça. Foi feita a inscrição inclusive do major Rocha como membro da diretoria. Se houve pilantragem no processo, ele é um dos pilantras.

Poronga de hoje

Quando Deus quer destruir
alguém, ele o faz ficar bravo.”
(Eurípedes)

Pastor Humberto
Tião Viana recebeu a visita ontem à tarde do pastor Humberto Albuquerque e sua esposa Cristiane. Ele congrega em Recife (PE). O casal já morou em Rio Branco na década de 90 e veio supervisionar a igreja evangélica Verbo da Vida. O religioso disse ter ficado impressionado com as mudanças ocorridas na cidade, tanto na questão urbana quanto nos espaços públicos. Elogiou a limpeza da cidade. Aproveitou a visita para orar pelo governador, sua família e a equipe de governo.

Balsa do Madeira
Acreanos que foram e vieram de Porto Velho (RO) durante o feriadão da Semana Santa sentiram na pele o quanto é fundamental a construção da ponte sobre o rio Madeira. A espera para fazer a travessia ultrapassou, para muita gente, as quatro horas. Foi um teste de paciência.

Tião na espera
Tião Viana (PT) foi um dos que esperaram bastante tempo tanto na ida quanto na vinda. Demonstrou humildade, pois poderia usar a prerrogativa de governador para fazer a travessia prioritariamente. Recebeu elogios pela postura.

Cobrança indevida
Como era inevitável, Tião Viana foi cobrado pela construção da ponte. A cobrança é justa, mas parece indevida. O governador acreano não pode (nem que queira) construir em outro Estado.

União de força
A ponte será construída somente quando houver a união das forças das bancadas federais do Acre e de Rondônia. Há pouco mais de um mês, o senador Jorge Viana (PT) deu um passo importante, quando convidou os senadores rondonienses e acreanos para irem ao Dnit defender a construção da ponte.

Buraco na estrada
Merece atenção especial o trecho da BR-364 em território acreano. Os buracos são grandes e constantes. A situação exige atenção redobrada dos motoristas para que os veículos não quebrem ou aconteçam acidentes.

Primeira infância
Entidade sem fins lucrativos, o Grupo de Estimulo ao Aleitamento Materno do Acre (Geama) recebeu carta-convite do Banco Mundial para participar de uma iniciativa de mapeamento de serviços para a primeira infância no Brasil. Inicialmente, serão selecionados 16 municípios brasileiros.

Visita técnica
Técnicos do Banco Mundial visitarão o Geama amanhã, a partir das 14h30, para uma entrevista e resposta sobre a aceitação da carta-convite. O trabalho será divulgado e disponibilizado na internet, fomentando o intercâmbio entre as boas práticas.

Peixe na Bélgica
Um grupo de empresários acreanos se prepara para viajar à Bélgica. Participarão, em Bruxelas (capital), de uma feira internacional sobre a piscicultura.

Indústria de pescado
Denominado Seafood Processing Europe e European Seafood Exposition, o evento reúne a indústria do pescado, sendo um dos maiores da Europa Central e do Leste. Será nos primeiros dias de maio.

Intrigas no quartel
Há muito mais coisa por trás da briga na Associação dos Militares do Acre. O enredo vai muito além das meras intrigas naturais existentes nos quartéis. Não há santo na história.

Entrevista de Braga
Presidente da Associação dos Militares do Acre, o sargento Natalício Braga concedeu uma entrevista interessante ao colunista. O material está sendo publicado nesta edição.

Dois ganhadores
Se for puxado o fio da meada, o que ficará patente é que apenas duas pessoas saíram ganhando na história: o sargento Vieira foi eleito vereador e o major Wherles Rocha ganhou uma cadeira na Aleac. Integrantes da oposição raivosa, a dupla dificilmente conseguirá melhorias para o conjunto da corporação.

Vieira fritado
Quem der uma olhada no blog do grupo ligado ao deputado Wherles Rocha (www.a4demaio.blogspot.com) perceberá de cara que o espaço faz loas ao parlamentar, mas deixa o vereador Vieira na frigideira.

Rocha na reserva
Desde a semana passada, Wherles Rocha passou para a reserva da Polícia Militar. Parou a carreira como major, mas levou para casa o soldo de tenente-coronel.

Unidade na Undime
Dirigentes municipais do Acre demonstraram unidade ao eleger o secretário municipal de Educação de Rio Branco, Márcio Batista, para a presidência da Undime. Desse jeito a entidade tem possibilidades concretas de se fortalecer.

Troca de experiências
Márcio Batista disse à coluna que pretende fazer encontros regionais para que haja troca de experiências bem sucedidas entre os dirigentes. “O nosso encontro foi bastante prestigiado, contando com a participação do representante do Ministério da Educação. Tanto prestígio aumenta o tamanho da nossa responsabilidade”, comentou.

Segurança de deputados
Vários foram os deputados que solicitaram policiais militares para ficarem à disposição dos seus gabinetes. Sabedor das necessidades da corporação e, consequentemente, da população, o comandante da Polícia Militar, José dos Reis Anastácio, respondeu negativamente.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Miolo de pote

Esta semana a grande imprensa brasileira voltou a usar o Acre como tema para mais uma polêmica nacional. Desta vez a questão esteve relacionada à liberação de documentos ultrassecretos do governo brasileiro, contra a vontade do Itamaraty. Que misteriosas tramoias estariam relacionadas à anexação do Acre ao Brasil, a ponto de fazer a diplomacia brasileira temer tanto a revelação do conteúdo de documentos de um século atrás?

O poder do pequeno

(Ou segredos de polichinelo...)

Marcos Vinicius Neves

Semana passada tratamos aqui de questões relacionadas às eleições presidenciais do Peru e suas conseqüências para o Acre. Tratamos, portanto, dos problemas e desafios impostos por nossa condição de tríplice fronteira internacional. E não é que, nesta semana, coincidentemente, uma nova polêmica se instalou no Congresso Nacional exatamente por conta do Acre e suas fronteiras?

Explico. Está em tramitação no Senado o Projeto de Lei nº 41/2010 que trata da liberação de uma série de documentos ultra-secretos do governo brasileiro, ao limitar o tempo máximo de guarda confidencial (atualmente sob sigilo eterno) de toda sorte de documentação oficial.

Entretanto, curiosamente, o Itamaraty tem resistido o quanto pode à divulgação de alguns de seus documentos. Segundo o que noticiou o Portal de notícias R7, sob a alegação de que a revelação de certos episódios da Guerra do Paraguai e da Anexação do Acre ao Brasil poderia trazer enormes prejuízos às atuais relações internacionais do Brasil na América Latina. Ainda, de acordo com a notícia publicada, nossos diplomatas temem que, neste momento em que o Brasil assume uma condição de liderança continental e global, nosso país passe a ter uma imagem Imperialista frente aos nossos vizinhos mais pobres.

Com todo respeito aos nossos diplomatas, esta é uma das idéias mais absurdas que já ouvi em toda minha vida. Desde quando o Brasil precisa de mais algum documento para comprovar aquilo que já está escrito em todos os nossos livros de história? Afinal, uma das maiores e mais significativas características de nossa história diplomática, desde os portugueses, é exatamente a utilização das mais diversas formas de engodos e simulações para nos garantir o máximo de vantagens territoriais, políticas e econômicas. Um tipo de atuação que foi, muitas e muitas vezes, classificada pelos outros países latino-americanos como um comportamento imperialista de nosso país?

Peguemos apenas alguns poucos e bons exemplos para tirar quaisquer duvidas que possamos ter a esse respeito.

Ou alguém desconhece que o português Alexandre de Gusmão, tido como o fundador de nossa diplomacia, mandou confeccionar um mapa completamente distorcido com o objetivo de enganar os espanhóis? O famoso “Mapa das Côrtes” – que foi essencial para a negociação que resultou no Tratado de Madrid, assinado em 1750 – retratava diversos rios, especialmente o Paraguai e o Madeira, posicionados muito mais a leste do que eles realmente são. E, graças a esse estratagema, expropriou a Espanha de uma imensa área de terras em benefício de Portugal (e por conseqüência do Brasil), ampliando muito o território que lhe pertencia desde o Tratado de Tordesilhas. Nesta época o Acre ainda nem existia, mas já começava a poder vir a ser graças à “malandragem” (precursor do “jeitinho” brasileiro, quem sabe?) da diplomacia Lusa.

Ou, ainda, o tão famoso, quanto mal-conhecido, episódio da troca do “Acre por um cavalo branco”. Quando, em meio às negociações que resultariam na assinatura do Tratado de Ayacucho (1867), o cônsul brasileiro ofereceu ao “Loco” Mariano Melgarejo, então presidente da Bolívia, um lindo casal de cavalos de raça, que de tão feliz ofertou ao Brasil dois dedos de um território demarcado nos, ainda imprecisos, mapas da Amazônia Ocidental. Ganhamos assim um enorme triangulo de terras que, diga-se de passagem, estava situado ao norte da linha de limites oblíqua – que seria mais tarde conhecida como Linha Cunha Gomes - e por isso constitui parte do atual estado do Amazonas e não do Acre, jogando por terra a lenda de que o Acre foi trocado por um cavalo.

E, para terminar a série de “pequenos” exemplos, e não dizer que deixamos de mencionar o “Deus Terminus” das fronteiras brasileiras, como é chamado orgulhosamente pela diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco. Não nos custa lembrar que foi este “genial” diplomata quem mandou sumir com o famoso “Mapa da Linha Verde”, durante as negociações que culminaram com a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), pondo fim à “Guerra do Acre”. Um mapa que comprovava “incontestavelmente” o direito da Bolívia sobre o Acre e que, tão misteriosamente quanto havia sumido, reapareceu algum tempo depois de concluídas as negociações diplomáticas.

Por outro lado, é preciso considerar que a liberação para consulta desses documentos que ainda permanecem secretos pode ser essencial para explicar muitos outros episódios ainda obscuros da história do Acre e do Brasil. Não só os mais antigos, como também aqueles, mais recentes, relacionados à Ditadura Militar. O que é muito bom.

Para nos mantermos apenas nas questões relacionadas ao Acre. Podemos esperar que – com a aprovação desta lei pelo Senado, prevista para o dia 3 de maio, em homenagem ao “Dia Mundial da Liberdade de Imprensa” – finalmente tenhamos acesso ao inquérito militar que apurou as circunstancias da morte de Plácido de Castro, alguns anos após o termino da Revolução. Misteriosos documentos que até hoje não puderam ser consultados nem por pesquisadores do próprio exército. Talvez porque envolvam diretamente o Coronel Gabino Besouro, mais um dentre os muitos militares que foram nomeados para governar o Acre.

Quem sabe, possamos enfim saber se a poderosa Casa Rothschild de Londres, principal credora estrangeira do Brasil, subornou ou não o Presidente Campos Sales para que este reconhecesse que o Acre era da Bolívia e se negasse a atender aos reclames da população brasileira que aqui residia em 1898. O que acabou provocando a Revolução Acreana, segundo me contava meu saudoso amigo Seu Hélio Koury.

Ou, ainda, talvez, nos seja dado o direito de descobrir em que circunstancias o Barão do Rio Branco teve a nefasta idéia de transformar o Acre no primeiro Território Federal da história brasileira, negando aos acreanos o direito a uma cidadania plena, numa maldição que perdurou por quase seis décadas.

Afinal, deveria ser um direito básico de todo e qualquer cidadão brasileiro ter acesso à sua própria história, sob pena do Brasil, mesmo querendo, nunca conseguir ser grande o suficiente para poder ao menos ser suspeito de Imperialista.

Nessas horas em que vejo o Acre, um dos menores estados brasileiros, suscitando os mais inesperados e surpreendentes debates na grande imprensa é que me vejo obrigado a concordar com um dos bordões prediletos do jornalista Silvio Martinello: “O Acre é pobre, mas é enjoado.”

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Miolo de pote

Vizinhos, pero no mucho
(ou Notícias de além-fronteira, ou Nós não vizinhamos com eles...)

Marcos Vinicius Neves

Nos últimos anos tenho tido a felicidade de conhecer grandes e variados contadores de histórias nesse Acre de meu Deus. Desde aqueles que falam sem cessar e ninguém consegue encaixar uma pergunta sequer e por isso mesmo possuem um certo encanto de alagação. Passando por aqueles que do alto de insuspeita simplicidade inundam de sabedoria cada palavra dita e cada sentido traçado. Ou, ainda, por aqueles outros que completam sua imensa profundidade de pensamento com imagens inesperadas, singulares e surpreendentes pelas ricas interpretações que oferecem acerca de seu tempo de vida nesse mundo. Tantos que nem vou tentar relacioná-los aqui, pelo risco imperdoável de esquecer alguém.

Mas entre tantos, devo confessar que um de meus preferidos é o Toinho Alves. Me lembro bem que quase todas as vezes (e foram muitas nos últimos anos) em que lhe perguntavam: Mas o que é “Florestania” mesmo? Ele sacava de seu surrado bisaco, uma história que me encantava profundamente. E que, ainda por cima, tinha enorme eficácia ao revelar um outro olhar sobre a vida na floresta que é muito pouco compreendido pelos seres “urbanos”.

Diz Toinho que entre as famílias do Juruá é muito comum o povo dizer que “vizinha” com a casa de fulano de tal que fica a três horas de caminhada, mas não vizinha com o beltrano que mora a apenas meia hora. Ficamos sabendo que é assim porque vizinhar com alguém é muito mais do que apenas estar próximo. Vizinhar é guardar a melhor parte da caça, o quarto traseiro, para presentear seus vizinhos, mesmo que acabe sobrando só algum pedaço de quarto dianteiro para sua própria família.

O povo do Juruá, portanto, nos ensina que vizinhar é não só contar com o outro diante de alguma eventual dificuldade, mas cultivar por ele um comportamento ético, repleto de respeito e de estima verdadeira. Completamente diferente do que acontece em nossas grandes-mega-cidades onde os vizinhos de andar, de prédio ou de rua, mal se olham quando estão no mesmo elevador. Constrangedora solidão daqueles que vivem nessa massa amorfa de milhões de rostos desconhecidos.

Ou seja, o povo urbano não sabe mais o que é vizinhar, esqueceu. Mas aqui na floresta, a vida às vezes é tão difícil, tão trabalhosa, que pra se ter tranqüilidade é preciso cultivar a solidariedade e a generosidade. Afinal, nunca se sabe se um dia não será preciso tirar alguém doente numa rede durante horas de caminhada ou de navegação. Por isso, ao chegar a qualquer casa da floresta, sempre se pode pedir abrigo e um prato de comida que será certamente atendido, com o que houver de melhor. Isso é “florestania”. Viver em função de uma lógica distinta da maioria dos cidadãos deste vasto e repleto planeta em permanente estado de guerra e destruição.

Preciso admitir que muitas vezes eu mesmo contei essa história pra explicar um dos possíveis sentidos do conceito de “florestania” que tanto foi discutido nos últimos anos como explicação fundante e estrutural de um novo momento político da história do Acre. Mas, dessa vez, eu não estou contando essa história pra falar de “florestania”. É que me lembrei dela ao deparar com o absurdo silêncio da imprensa acreana, ao longo desta semana, acerca da recente eleição presidencial de nosso país vizinho: o Peru.

Se fossemos depender apenas das informações dos jornais locais, pareceria que o Peru não está decidindo o desenrolar de sua realidade nos próximos anos. Poderíamos até achar isso normal. Outro país, outra língua. Não estivéssemos passando por um processo de interligação política e econômica completamente novo entre o Acre e o Peru. Seria completamente normal, se não estivéssemos diante de enormes problemas sociais na fronteira graças à extração madeireira indiscriminada, à exploração de hidrocarburetos e aos projetos neoliberais do presidente Alan García. Um processo recente e particularmente intenso de expropriação dos povos indígenas e tradicionais do lado de lá e de devastação das regiões de cabeceiras dos nossos principais rios, que já vem causando inúmeros conflitos e problemas ambientais, que precisam ser efetivamente encarados em toda sua gravidade.

Como se não fizesse nenhuma diferença para nós no Acre se o vencedor da eleição peruana for Humala ou Fugimori. Como se não significasse nada as diferenças entre um nacionalista - meio Cha

ávez, meio Evo, meio Lula - e uma conservadora - meio pai, meio filha, meio pior do que o atual Alan. Como se tudo isso não nos pudesse afetar de forma alguma. Mas, nesse momento em especial. Não olhar pro Peru é deixar de olhar para uma parte importante de nós, que é nossa vasta fronteira com eles, através da qual compartilhamos muito mais do que simples marcos de limites.

Impressionante a falta de perspicácia e senso de atualidade da imprensa acreana. Aqui do lado uma importante eleição presidencial rolando e não vemos nada. Mas é fácil apenas criticar a imprensa. No fundo o problema não é dela, mas da própria sociedade. Como cobrar da imprensa local uma cobertura interessante, responsável, profunda sobre um vizinho tão próximo se os próprios acreanos não tão nem aí pro que acontece acolá? Não tenho dúvida de que, se os acreanos tivessem consciência da atual situação de nossas fronteiras, a imprensa fatalmente estaria dando muito mais atenção ao outro lado das notícias...

Mas nada, nem um editorialzinho, nem uma análise mais embazada. Só recortes da grande imprensa através do - sempre mais confortável - “Ctrl+Z/Ctrl+C”. O que a gente precisa mesmo é de uma profunda mudança cultural, que nos faça observar o mundo circundante em outra perspectiva. Enquanto a integração com o Peru for traduzida apenas por obras de infraestrutura, nenhuma interrrelação será real. A ligação física entre as cidades do Acre e do Peru pode vir a ser muito importante se não estiver restrita a interesses econômicos, mas atender aos interesses e expectativas sociais dos acreanos.

Afinal, isolamento é muito mais que uma questão meramente física. Poderíamos estar mais longe uns dos outros e ainda assim estarmos mais juntos. Da mesma forma que podemos estar muito próximos uns dos outros, como vizinhos lado a lado, e nos encontrarmos completamente sós diante da tal pós-modernidade e seus paradoxos. Aqui no Acre ainda não padecemos da mesma esquizofrenia “urbana” da solidão na multidão. Mas, certamente, ainda temos outros tipos de síndromes. Como esse estranho gosto por se considerar uma ilha em relação ao mundo, a enigmática ilha Acre que alguns ainda insistem em dizer que não existe.

De um jeito ou de outro, é preciso concluir que, infelizmente, ainda não vizinhamos com los hermanos peruanos, como também nunca o fizemos com os patrícios de la Bolívia. Até quando?

domingo, 17 de abril de 2011

Poronga de domingo

O papel da oposição no Acre

Semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou artigo explicitando qual seria o papel da oposição no campo político nacional.

Longo, o texto do sociólogo tucano teve o condão de desagradar governistas e oposicionistas. Até quem não teve paciência para ler criticou.

As mais de 10 páginas foram resumidas em poucas linhas, principalmente quando ele aponta que a oposição deveria deixar de disputar com o PT os votos do “povão” para investir numa nova classe média.

Fernando Herinque Cardoso visivelmente tenta salvar sua biografia como ex-mandatário da nação. Não se conforma que seus oito anos no governo sejam ignorados até por quem deveria ser aliado.

Quase octogenário, o ex-presidente ainda quer protagonizar na política nacional. Sabe que o PSDB (partido que ajudou a fundar) perdeu o prumo desde que o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu subir a rampa do Palácio do Planalto como presidente.

O que acontece em nível nacional não é diferente do que ocorre no Acre.

Há mais de 12 anos sem saborear o poder, a oposição acreana tem se limitado a tecer críticas contra o governo, sem apontar rumos e projeto alternativo para o Acre.

Não é certo agir como biruta de aeroporto e se comportar ao sabor do vento. Qualquer grupo político que pense chegar ao poder tem que agir diferente, de forma mais responsável.

O pessoal que governa o Estado e a maioria dos municípios agiu assim. Capitaneados pelo PT, os governistas sabiam fazer oposição e construíram um projeto que foi aprovado em mais de uma oportunidade pela população.

De certa forma, a oposição carrega nas costas o dever de ter mais responsabilidade do que quem está no poder, pois representa a renovação e a esperança de dias melhores para uma gama considerável de cidadãos e cidadãs.

Mas, pelo que se tem visto no Acre, não há o compromisso nem a responsabilidade dos opositores. Eles não conseguem se entender entre eles.

Não há um projeto coletivo, mas um ajuntamento desorganizado de interesses individuais sobrepondo a capacidade de formular um projeto político e economicamente viável para o Estado.

A própria eleição de Sérgio Petecão é reflexo dessa desorganização. Recém-convertido ao campo oposicionista, ele aproveitou a falta de projetos e o medo de perder de outras lideranças oposicionistas para viabilizar seu projeto pessoal. Acabou ganhando um mandato de senador.

Fernando Henrique Cardoso fez críticas acerbas à oposição em nível nacional. Imagine o que diria se conhecesse a oposição no Acre...

Docilidade de Astério
Carioca Nepomuceno respondeu da seguinte forma as críticas que o deputado Astério Moreira (PRP) vem fazendo ao governo: “Vendo essas declarações ácidas me faz lembrar-se da docilidade com que ele me procurou para ajudá-lo a trocar de partido sem perder o mandato”. O parlamentar fora eleito pelo PSB.

Carioca otimista
O assessor do governador arrematou: “Sou otimista e considero que o Astério Moreira que conheci na Câmara de Vereadores irá retornar para a Assembleia Legislativa”.

Ação da URP
Se você é servidor público, não perca o encontro com os advogados Hilário de Castro Melo Júnior e Wolmy Barbosa de Freitas. Os causídicos irão falar sobre a reposição de perdas salariais e inflacionárias causadas pela aplicação da Unidade de Referência de Preços (URP). A reunião será terça-feira, a partir das 9 horas, no auditório do Ministério da Saúde, nas proximidades do Detran.

Governo em Sena
Esta semana, o governador Tião Viana (PT) levará toda a equipe de governo para Sena Madureira. A expectativa é grande, em razão da necessidade de praticamente reconstruir o terceiro maior município do Acre.

Perda total
A partir da experiência de Sena Madureira, que passou quase dois anos sem prefeito, a Justiça Eleitoral acreana pode rever conceitos e critérios de julgamento. Nos três municípios em que a vontade popular foi mudada nos tribunais a perda foi quase total.

Feijó e Acrelândia
Em Sena Madureira, o prefeito Nilson Areal, após travar uma longa batalha judicial, retornou ao cargo. A mesma sorte não tiveram Juarez Leitão, em Feijó, e Vilseu Ferreira, em Acrelândia.

Gestões desastrosas
Pelas bandas de Feijó a administração de Dindim Pinheiro (PSDB) é desastrosa sob todos os aspectos. O tucano não resiste a uma auditoria mais aprofundada. Em Acrelândia a política entrou na seara da polícia. O sucessor de Vilseu Ferreira está preso sob acusação de contratar pistoleiro para matar adversário.

PSD é 30
O número do PSD será o 30. O partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, poderia escolher entre as três dezenas o 18, o 28 e o 51.

Esperteza política
Quando anuncia que é oposição no Acre, mas faz parte da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Sérgio Petecão faz o uso da esperteza política. O apoio à petista lhe garante a liberação de recursos.

Gueto de Geraldinho
Petecão deve lembrar-se do exemplo do ex-senador Geraldinho Mesquita (PMDB), que fez oposição no Acre e em Brasília. A postura do peemedebista lhe levou para o gueto.

Eleitor de Serra
Essa esperteza de Petecão, porém, pode lhe custar caro. Seus eleitores não são os eleitores de Dilma Rousseff. Seus votos foram praticamente casados com o tucano derrotado José Serra. A fatura da contradição será cobrada.

Maçonaria solidária
A Grande Loja Maçônica do Acre entrou na campanha solidária para arrecadar produtos a serem doados às famílias desabrigadas pela cheia do rio Acre. A organização é conhecida pela capacidade de trabalhar filantropicamente sem dar publicidade.

Ponto de arrecadação
O ponto de arrecadação da maçonaria é a sede da Grande Loja Maçônica. Fica na Rua Educandos, 21, na Vila Ivonete. O grão-mestre Pedro Longo adiantou que todas as doações serão bem-vidas.

Nível máximo
Você sabia que o nível máximo alcançado pelo rio Acre foi de 17,66 metros? O fato ocorreu no dia 14 de março de 1987, segundo dados obtidos na Defesa Civil do Estado.

Curso de sargento
Para que os militares pudessem ajudar os desabrigados pela cheia do Rio Acre, o governo suspendeu o curso oferecido a 104 sargentos. A proposta de adiamento partiu do subsecretário de Segurança Pública, Ermício Sena, e foi prontamente acatada.

Mudança de domicilio
Muito bem avaliada no sétimo ano de administração, a prefeita de Brasileia, Leila Galvão (PT), pode mudar o domicílio eleitoral para Epitaciolândia. Essa é uma possibilidade aventada por setores

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Poronga de hoje

“Consciência é a voz interior que nos
avisa que alguém pode estar olhando.”
(Henry Mencken)

E o estacionamento virou porto...
Atilado, o repórter Luciano Tavares (Rádio Difusora Acreana) captou esta imagem em seu telefone celular no momento em que o cidadão atracava o barco no vistoso poste de iluminação pública na Rua Acre. Ali foi construído um estacionamento, que nesses dias de muita água acabou se transformando em porto.

Giro no interior
Jorge Viana e Anibal Diniz visitarão nove municípios no fim de semana. Começarão por Santa Rosa do Purus. Em seguida irão a Jordão, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó. Haja fôlego!

Plenária no Juruá
Sábado, os senadores petistas participarão da plenária do PT em Cruzeiro Sul, que contará com a participação de militantes e dirigentes de todos os municípios do Vale do Juruá.

Gabinete no Parque
A transferência do gabinete do prefeito Raimundo Angelim (PT) para o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, por si só, revela a gravidade do problema provocado pela enchente do rio Acre. Também é uma demonstração do compromisso que a administração tem com as famílias desabrigadas.

Fato inédito
Essa decisão de Angelim é destaque, também, pelo ineditismo. Nunca antes da história um prefeito tinha agido dessa forma. É bom destacar o fato para que não caia no esquecimento.

Boato prosperando
É estranho esse silêncio dos deputados da base aliada diante das notícias veiculadas de que eles podem migrar para a oposição, por meio da filiação ao PSD. O natural seria que os parlamentares rechaçassem a história e firmassem o apoio que dispensam ao governo. Fica a impressão de que, ao deixarem a história prosperar, buscam auferir dividendos.

Recordar é...
... viver. Antes de pensar em se filiar ao PSD, os deputados deveriam buscar na parede da memória como Sérgio Petecão cuidou do PMN no Acre. Esse novo partido não pode ser igual ao outro: administrado dentro da agenda do senador.

Prova dos radares
A eficácia dos radares no combate à violência no trânsito será testada com a retirada dos equipamentos dos pontos em que estavam instalados.

Trânsito de Kassab
Aqui no Acre virou moda a oposição criticar uma suposta indústria de multas. Deve ser porque não conhece como age o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A gestão do novo aliado de políticos acreanos vai protestar os débitos das infrações no trânsito em cartório. O nome do devedor vai para a Serasa.

Faixa no campus
Bem na entrada do Campus da Ufac foi afixada uma faixa de tecido com os seguintes termos: “30 HORAS SEMANAL É VOCÊ QUE FAZ”. Duas observações a serem feitas. A primeira é que há uma turma boa que não trabalha esse período todo. A segunda expressa erro crasso de concordância nominal.

Partido de milionários
Autoproclamado “100% popular”, o senador Sérgio Petecão vai entrar num partido cuja principal característica é ter uma penca de milionários. O patrimônio da turma do PSD chega aos R$ 109 milhões, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, no site do TSE.

Susto do Biléu
Imagine você chegar ao local de trabalho e, na entrada, uma funcionária vir ao seu encontro e avisar: “Chefe, tem um homem aí dizendo que vai lhe matar”. Essa foi a situação vivida ontem pelo presidente da Câmara de Sena Madureira, Biléu do Incra (PR).

O terror da Anvisa
O que era para ser uma ação de fiscalização e de orientação por parte da Anvisa está se tornando algo terrível e assustador para os proprietários de farmácias e distribuidoras de medicamentos no Acre. Chegou à coluna denúncia de que os fiscais têm cometido abuso de autoridade e provocado medo entre os empresários do ramo.

Ação política
Para que a verdade seja esclarecida e os supostos abusos coibidos, seria interessante que houvesse uma ação política junto à Anvisa por meio da bancada federal. É fundamental que os fiscais façam o seu trabalho, mas é primordial que operem com civilidade.

Ladrão beijoqueiro
Mulher telefonou para a Rádio Difusora Acreana para reclamar da falta de segurança no Belo Jardim. Na conversa com o repórter Luciano Tavares, a senhora revelou que havia sido assaltada. A indignação não era apenas porque o assaltante levara sua bolsa com vários pertences. É que, além de roubar, o bandido ainda pediu um beijo da vítima. O pior é que a distinta dama foi obrigada a dar o selinho...

Seringal Depósito
Doente mental, cidadão sumiu nas matas de Manuel Urbano há mais de cinco dias. Até ontem estava todo mundo atrás dele. O curioso é que o sumiço se deu numa localidade conhecida como Seringal Depósito. Vamos depositar fé no seu retorno.

Base sólida
Nilson Areal (PR) e Jairo Cassiano (PDT) retornaram para a prefeitura de Sena Madureira com uma base sólida na Câmara. O prefeito e o vice contam com seis vereadores aliados. O colegiado é formado por nove parlamentares.

Caju Diniz
Até o vereador Caju Diniz (PT do B) está contabilizado como aliado do prefeito. O parlamentar é primo do deputado oposicionista Gilberto Diniz (PT do B).

Visita adiada
Ficou para a próxima semana a visita do governador Tião Viana (PT) a Sena Madureira. O petista irá ao município acompanhado de toda a equipe de governo. A exemplo do que fez no Juruá e no Alto Acre.

Entrega de carneiros
O secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro, telefonou para avisar que o governo entrega mais um lote de carneiros e cabras hoje a 30 produtores de Porto Acre, Plácido de Castro, Senador Guiomard e Rio Branco. A entrega será a partir das 8 horas, no antigo Colégio Agrícola, na Transacreana.

Lote de Capixaba
Outro lote, segundo Mauro Ribeiro, será entregue no dia 28, durante a Expo Capixaba. Dessa vez serão contemplados os produtores selecionados no próprio município.