quarta-feira, 20 de março de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Prefeito é para trabalhar
Faz duas semanas que os prefeitos eleitos em outubro tomaram posse em meio à expectativa geral dos cidadãos e cidadãs. Cientes das suas responsabilidades, alguns focaram em suas missões e estão procurando trabalhar em meio a um cenário de muita dificuldade.
Mas, se há aqueles que se esforçam para ajustar a máquina e planejar o futuro, infelizmente há outros que continuam olhando pelo retrovisor, procurando nos antecessores culpa pelos seus potenciais fracassos.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Começou o segundo tempo...
quinta-feira, 29 de março de 2012
Artigo
realismo nada fantástico
“Eu Não Vim Fazer Discurso” é um livro que reúne várias manifestações públicas do escritor colombiano Gabriel García Marquez. Os textos são ótimos, mas um deles, produto de um discurso feito em Caracas, capital da Venezuela, em maio de 1970, chamou a minha atenção por ser comparado ao realismo fantástico que alguns políticos, setores da imprensa e minúsculos segmentos tentam fazer a população acreana crer.
García Marquez falou sobre uma ideia que tinha em mente e que poderia ser transformada em um livro. Não posso afirmar se o livro de fato saiu.
Segundo ele, o enredo aconteceria num pequeno povoado, onde uma velha senhora teria dois filhos - um de dezessete anos e outros de quatorze.
Certo dia, ao acordar, a mulher teria dito:
- Não sei, mas amanheci com o pensamento de que alguma coisa muito grave vai acontecer neste povoado.
Os filhos riram e saíram. Um deles foi jogar bilhar, e, na hora que ia fazer uma jogada simples, um adversário provocou:
- Aposto um peso como você não consegue. Todos riram, ele riu, mas não conseguiu efetuar a jogada.
O filho pagou a aposta e ouviu a pergunta:
- O que será que aconteceu, se era uma jogada tão simples?
Ele respondeu:
- É verdade, mas fiquei preocupado com o que a minha mãe me disse essa manhã sobre alguma coisa grave que vai acontecer neste povoado.
O que ganhou a aposta voltou para casa e disse para seus familiares:
- Ganhei esse peso de maneira mais simples porque ele é um bobão.
Sua mãe perguntou:
- Bobão por quê?
A resposta:
- Ora, porque não conseguiu fazer uma jogada simples, estorvado de preocupação porque a mãe dele amanheceu hoje com a ideia de que alguma coisa muito grave vai acontecer neste povoado.
Então a mãe diz:
- Não deboche dos pressentimentos dos velhos porque às vezes acontecem.
Outra parente que ouviu a conversa saiu para comprar carne e disse ao açougueiro:
- Quero meio quilo de carne.
No momento em que ele estava cortando, ela acrescentou: - Ou melhor, me dê logo um quilo, porque estão dizendo por aí que alguma coisa grave vai acontecer, e é melhor estar preparada.
O açougueiro entregou a carne e quando chegou outra senhora para comprar meio quilo, disse:
- É melhor levar um quilo porque o pessoal está dizendo que alguma coisa grave vai acontecer, e está todo mundo se preparando, comprando coisas.
Então a mulher respondeu:
- Tenho vários filhos; olha aqui, é melhor me dar logo dois quilos.
Em meia hora o açougueiro vendeu todo o estoque, matou outra vaca, vendeu tudo, e o rumor foi aumentando.
Até que chegou o momento em que todos do povoado ficaram esperando que alguma coisa acontecesse. As atividades foram paralisadas e, de repente, às duas da tarde fez o calor de sempre. Alguém comentou:
- Vocês estão percebendo o calor que está fazendo?
- Mas aqui sempre fez calor, disse outro.
Uma terceira pessoa arrematou:
- Mesmo assim nunca fez tanto calor a essa hora.
No povoado, na praça deserta, baixou de repente um passarinho, e correu a voz:
- Tem um passarinho na praça.
E todo mundo foi, espantado, ver o passarinho.
- Mas, meus senhores, sempre houve passarinhos que pousam na praça.
- Pois é, mas nunca nessa hora.
A tensão no povoado aumentou e, como não podia deixar de ser, cresceu o desespero para ir embora, mas ninguém tinha coragem.
- Eu, sim, sou muito macho, gritou e um deles, e vou embora.
O corajoso pegou seus móveis, seus filhos, seus animais, meteu tudo numa carreta e atravessou a rua principal onde o pobre povo ficou vendo aquilo. Até o momento em que disseram:
- Se ele se atreve a ir embora, pois nós também vamos. E começaram a desmontar o povoado. Levaram embora as coisas, animais, tudo.
Um dos últimos a abandonar o povoado disse:
- Que não venha uma desgraça cair sobre o que sobra da nossa casa. E então incendiou a casa, e outros incendiaram outras casas.
Todos fugiram. No meio deles ia a senhora que tivera o presságio, clamando: - Falei que alguma coisa muito grave iria acontecer e disseram que eu estava louca.
A história contada há quase 42 anos parece muito com o comportamento da oposição no Acre. Sem rumo, sem proposta e sem credibilidade, os opositores apostam nos rumores, boatos e mentiras para tentar plantar o sentimento de que algo muito grave acontece no Estado.
Diariamente, eles trabalham para proclamar um caos que não existe, esquecendo-se, propositalmente, dos avanços experimentados no Acre nos últimos anos.
Sob a governança da Frente Popular, o Acre ganhou um rumo. Passou estar afinado com a boa política e a diminuir o fosso histórico entre o real e o discurso.
Citando outra obra de García Marquez, o Acre rompeu mais de 100 anos de solidão e de descompasso patrocinado por políticos que se preocupavam muito mais com os seus negócios particulares do que com o bem-estar da sociedade.
Agora, no ano em que completa 50 anos como Estado, o Acre vive um novo tempo. As perspectivas são as melhores. Chegou o momento da afirmação econômica com combate às desigualdades.
O governador Tião Viana terminou o primeiro ano de mandato com aprovação popular invejável. Conseguiu ampliar o diálogo com os diversos setores e demonstra a cada ação que fez a opção pelos mais humildes.
Os desafios são grandes. Mas estão longe do realismo fantástico pregado pela oposição.
Ninguém que sair e ir embora. O momento é de continuar a construção à altura dos nossos sonhos.
Ninguém veio apenas para fazer discurso. A população acreana está vendo e aprovando.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Artigo
BR-364, a epopéia perto do fim
Seria bom demais se todos os acreanos tivessem a oportunidade de viajar pela BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul nesses dias em que homens e máquinas trabalham em simbiose com a história da integração.
O ritmo é intenso e frenético como devem ser as histórias de desafios e conquistas.
Se tivessem essa oportunidade as pessoas poderiam tirar conclusões mais precisas e não correriam o risco de ser contaminadas pelos discursos de oportunistas que tentam semear dúvidas e criar factóides.
Vendo toda a movimentação, o cidadão e a cidadã ficariam livres do letal vírus trazido por com quem faz o uso das inverdades para escamotear os seus interesses políticos e eleitorais.
Esta semana tive a oportunidades de percorrer os mais de 600 quilômetros que separam a capital do Acre de municípios históricos e importantes como Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Fui e vim de carro.
Essas e outras cidades são vitimas, durante décadas, do isolamento sempre que as chuvas do inverno amazônico caem com a força plena.
São meses de solidão e sofrimento de um povo que foi obrigado a crescer e a desenvolver um jeito próprio de sobreviver e de construir relações e cidadania.
Quem olha os mais de três mil trabalhadores e mais de mil máquinas movimentando-se num sincronismo com a necessidade da integração logo compreende que construir estrada numa região como a nossa é muito mais do que construir estrada. É uma epopéia.
É epopéia escrita com a capacidade para desenvolver uma tecnologia própria a fim de suprir a carência de pedra.
É epopéia composta de versos que rimam com o sacrifício de adquirir produtos na fronteira com a Colômbia durante o período de cheia dos rios para ser utilizados durante o verão.
É epopéia que carrega as letras de homens e mulheres corajosos que acreditam na capacidade de superar desafios a fim de integrar um Estado marcado por uma bela história de conquistas.
É epopéia iniciada na ousadia do presidente Juscelino Kubistchek, em 1960, que determinou a abertura da estrada, a partir de Limeira, no Estado de São Paulo.
Durante todos esses anos o sonho permaneceu vivo, mas a conclusão da obra sempre esbarrou na escassez de recursos e de vontade política.
Em Rondônia, estado bem aqui do lado, o asfaltamento da rodovia chegou em 1983. Na capital do Acre a integração terrestre com restante do país foi concretizada no dia 15 de março de 1992.
Integrada com o restante do país, maior cidade do Acre continuou apartada de vários outros municípios durante boa parte dos anos. Houve períodos em que o Estado foi governado por membros de partidos que hoje fazem oposição em que a estrada não era aberta nem durante o período de verão intenso.
O descaso e a falta de compromisso eram proporcionais ao tamanho das promessas não cumpridas pelos governantes.
A partir de 1995 o Acre passou a ser governado pelo cruzeirense Orleir Messias Cameli, que resolveu enfrentar os desafios, encontrou dificuldades e levou o asfaltamento até Sena Madureira.
A iniciativa Messias Cameli fez despertar o sentimento de que era, sim, possível, concluir a obra idealizada por Kubistchek.
Cameli foi sucedido pelo petista Jorge Viana, que não se intimidou diante do desafio à sua frente. Determinado, abriu frentes de trabalho e deu passos importantes para que o sonho permanecesse vivo durante os oitos anos em que governou o Estado.
Viana foi substituído pelo também petista Binho Marques, que encontrou condições mais favoráveis e acelerou o ritmo, investindo nas obras de artes subterrâneas e nas pontes sobre os principais rios que cortam a rodovia.
Marques passou o bastão para Tião Viana, que cumpre o quarto mandato de um governante do PT no Acre.
Tião Viana percorreu a estrada semana passada e gostou do que viu. Quem estava na sua comitiva também passou ter a certeza de que o sonho da integração está mais perto do que fora imaginado ainda no inicio da década de 1960.
Essa certeza aumenta quando se tem a oportunidade de participar de inaugurações como a da Ponte da União, que enfeita Cruzeiro do Sul. Não é apenas uma ponte: é um símbolo e a certeza de que sonhar combina com ousar e realizar.
A ponte e a estrada não são feitas apenas de concreto, cimento e asfalto. São construídas com a união e a credibilidade alcançada por uma geração de políticos capazes de transformar sonho em realidade.
É uma geração de político que obteve respeito nacional e tem apoio de personalidades da estatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidenta Dilma Rousseff.
É uma geração nascida no mesmo período em que Juscelino Kubistchek ousou iniciar a construção de tão importante rodovia. São senhores e senhoras na casa dos 50 anos de idade que mantêm a vibração de meninos.
No dia 30 de setembro, o governador Tião Viana deve anunciar a boa nova: a BR-364 nunca mais fechará durante o período de chuva.
Será um dos últimos atos dessa epopéia que caminha para um belo fim.
Nesse dia todos os acreanos verão essa bela poesia épica narrada em versos recheados de luta, sofrimento, determinação, compromisso e amor pelo Acre caminhar para o seu último ato.
Eu quero estar presente.