Marina, a estrela do mundo
Confesso que teria dificuldades para votar novamente em Marina Silva para o Senado. Seria a terceira vez.
Sei que esse não é apenas o sentimento individual de um eleitor que votou na ex-seringueira em todas as oportunidades em que ela se candidatou. Pelas conversas que tenho mantido, outras pessoas sentem a mesma dificuldade.
O curioso é que a dificuldade em dar mais um voto à senadora não é porque ela teria desmerecido a confiança. Muito pelo contrário. Nunca houve qualquer ação da parlamentar que me desapontasse.
Ela sempre foi um orgulho para todos os seres humanos que mantêm a capacidade de sonhar, mesmo diante de uma realidade crua e cruel. Considero-me um sonhador.
A barreira em ir até a urna teclar o número da parlamentar para um novo mandato reside justamente na qualidade da quase ex-petista.
É que Marina Silva deixou de ser apenas uma senadora do Acre. Alçou voos mais altos.
Tornou-se referência mundial em defesa do meio ambiente e da vida. Perdeu parte do vinculo com as suas raízes, com seus eleitores. Era algo inevitável.
O acreano é barrista e ciumento. Gosta de ter aquilo que considera seu próximo. Lado a lado. Coisa que, pela dimensão que tomou, Marina não pode nem podia mais fazer.
Longe fisicamente, Marina passou a ser criticada pelo distanciamento das suas bases, das suas origens. Fui um desses críticos.
Agora, entendo o quanto somos egoístas.
Querer Marina apenas para o Acre é querer que uma estrela brilhe de forma individualizada na imensidão de um céu exposto a todos. É impossível.
A franzina e aparentemente frágil seringueira não nos pertence mais. É uma cidadã do mundo. É uma estrela sempre ascendente em meio a políticos decadente.
O Acre tem sido injusto com Marina, apesar de ter lhe dado dois mandatos.
Em meio de um Estado que começou a dar certo, todos os prêmios do sucesso foram dirigidos a outras pessoas.
Sempre que os entraves ao tal “desenvolvimento” são lembrados, o nome de Marina é apontado como culpado. É julgamento sumário, sem garantia de defesa.
Marina não tem culpa de acreditar no desenvolvimento sustentável pautado no uso racional e equilibrado das riquezas naturais. Ela não tem culpa de ter sido apontada como umas das 100 pessoas que podem ajudar a salvar o mundo.
São as suas crenças que lhe levarão para um novo desafio. É certo que irá superá-lo. Sairá vitoriosa, independente do resultado eleitoral.
Sua quase certa candidatura a presidente da República faz reacender as esperanças de que é possível se manter sonhando com um mundo melhor em meio ao pragmatismo do poder.
Assustados com a repercussão da sua candidatura, membros do seu partido pediram para que ficasse.
Mas, quem pede pela sua permanência esquece que não é Marina quem está deixando o PT. Foi o PT que, há muito tempo, deixou Marina.
Há muito tempo ela fez pregando praticamente sozinha no deserto do poder central. Sua voz é, em alguns momentos, sufocada pelos ataques de representantes de setores econômicos e da agroindústria.
É bom lembrar que fazer mudanças radicais faz parte da sua vida. Ela nasceu para a política dentro da Igreja Católica. Mudou. É evangélica.
É essa fez em Deus e nos princípios que reside a sua fortaleza.
Amigo de longa data, o presidente Lula pediu emprestado o prestígio da acreana para tranquilizar o mundo. Ou alguém pensa que ele anunciou o nome de Marina como ministra do Meio Ambiente à toa?
O anúncio foi feito em Nova York para deixar tranquilo os ambientalistas mundiais.
Mas, na Esplanada dos Ministérios, a ministra foi perdendo batalha atrás de batalha com membros do próprio governo. Cansou. Pediu para sair. Permaneceu forte.
Começando a entender o efeito que a sua candidatura causará na política local e nacional, fico feliz com a possibilidade de ela concorrer à Presidência da República.
É o novo. Permitirá que a Amazônia entre na agenda nacional. Evitará uma eleição plebiscitária.
Os olhos do mundo acompanharam a eleição brasileira com mais atenção.
Votarei nela com convicção.
Mas espero, sinceramente, que não venham culpá-la se Lula resolver fechar as torneiras e não liberar recursos para obras no Acre.
Ai seria sacanagem demais com essa estrela solitária a brilha na escuridão da política.
Confesso que teria dificuldades para votar novamente em Marina Silva para o Senado. Seria a terceira vez.
Sei que esse não é apenas o sentimento individual de um eleitor que votou na ex-seringueira em todas as oportunidades em que ela se candidatou. Pelas conversas que tenho mantido, outras pessoas sentem a mesma dificuldade.
O curioso é que a dificuldade em dar mais um voto à senadora não é porque ela teria desmerecido a confiança. Muito pelo contrário. Nunca houve qualquer ação da parlamentar que me desapontasse.
Ela sempre foi um orgulho para todos os seres humanos que mantêm a capacidade de sonhar, mesmo diante de uma realidade crua e cruel. Considero-me um sonhador.
A barreira em ir até a urna teclar o número da parlamentar para um novo mandato reside justamente na qualidade da quase ex-petista.
É que Marina Silva deixou de ser apenas uma senadora do Acre. Alçou voos mais altos.
Tornou-se referência mundial em defesa do meio ambiente e da vida. Perdeu parte do vinculo com as suas raízes, com seus eleitores. Era algo inevitável.
O acreano é barrista e ciumento. Gosta de ter aquilo que considera seu próximo. Lado a lado. Coisa que, pela dimensão que tomou, Marina não pode nem podia mais fazer.
Longe fisicamente, Marina passou a ser criticada pelo distanciamento das suas bases, das suas origens. Fui um desses críticos.
Agora, entendo o quanto somos egoístas.
Querer Marina apenas para o Acre é querer que uma estrela brilhe de forma individualizada na imensidão de um céu exposto a todos. É impossível.
A franzina e aparentemente frágil seringueira não nos pertence mais. É uma cidadã do mundo. É uma estrela sempre ascendente em meio a políticos decadente.
O Acre tem sido injusto com Marina, apesar de ter lhe dado dois mandatos.
Em meio de um Estado que começou a dar certo, todos os prêmios do sucesso foram dirigidos a outras pessoas.
Sempre que os entraves ao tal “desenvolvimento” são lembrados, o nome de Marina é apontado como culpado. É julgamento sumário, sem garantia de defesa.
Marina não tem culpa de acreditar no desenvolvimento sustentável pautado no uso racional e equilibrado das riquezas naturais. Ela não tem culpa de ter sido apontada como umas das 100 pessoas que podem ajudar a salvar o mundo.
São as suas crenças que lhe levarão para um novo desafio. É certo que irá superá-lo. Sairá vitoriosa, independente do resultado eleitoral.
Sua quase certa candidatura a presidente da República faz reacender as esperanças de que é possível se manter sonhando com um mundo melhor em meio ao pragmatismo do poder.
Assustados com a repercussão da sua candidatura, membros do seu partido pediram para que ficasse.
Mas, quem pede pela sua permanência esquece que não é Marina quem está deixando o PT. Foi o PT que, há muito tempo, deixou Marina.
Há muito tempo ela fez pregando praticamente sozinha no deserto do poder central. Sua voz é, em alguns momentos, sufocada pelos ataques de representantes de setores econômicos e da agroindústria.
É bom lembrar que fazer mudanças radicais faz parte da sua vida. Ela nasceu para a política dentro da Igreja Católica. Mudou. É evangélica.
É essa fez em Deus e nos princípios que reside a sua fortaleza.
Amigo de longa data, o presidente Lula pediu emprestado o prestígio da acreana para tranquilizar o mundo. Ou alguém pensa que ele anunciou o nome de Marina como ministra do Meio Ambiente à toa?
O anúncio foi feito em Nova York para deixar tranquilo os ambientalistas mundiais.
Mas, na Esplanada dos Ministérios, a ministra foi perdendo batalha atrás de batalha com membros do próprio governo. Cansou. Pediu para sair. Permaneceu forte.
Começando a entender o efeito que a sua candidatura causará na política local e nacional, fico feliz com a possibilidade de ela concorrer à Presidência da República.
É o novo. Permitirá que a Amazônia entre na agenda nacional. Evitará uma eleição plebiscitária.
Os olhos do mundo acompanharam a eleição brasileira com mais atenção.
Votarei nela com convicção.
Mas espero, sinceramente, que não venham culpá-la se Lula resolver fechar as torneiras e não liberar recursos para obras no Acre.
Ai seria sacanagem demais com essa estrela solitária a brilha na escuridão da política.
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