quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Artigo

BR-364, a epopéia perto do fim

Seria bom demais se todos os acreanos tivessem a oportunidade de viajar pela BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul nesses dias em que homens e máquinas trabalham em simbiose com a história da integração.


O ritmo é intenso e frenético como devem ser as histórias de desafios e conquistas.

Se tivessem essa oportunidade as pessoas poderiam tirar conclusões mais precisas e não correriam o risco de ser contaminadas pelos discursos de oportunistas que tentam semear dúvidas e criar factóides.

Vendo toda a movimentação, o cidadão e a cidadã ficariam livres do letal vírus trazido por com quem faz o uso das inverdades para escamotear os seus interesses políticos e eleitorais.

Esta semana tive a oportunidades de percorrer os mais de 600 quilômetros que separam a capital do Acre de municípios históricos e importantes como Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Fui e vim de carro.

Essas e outras cidades são vitimas, durante décadas, do isolamento sempre que as chuvas do inverno amazônico caem com a força plena.

São meses de solidão e sofrimento de um povo que foi obrigado a crescer e a desenvolver um jeito próprio de sobreviver e de construir relações e cidadania.

Quem olha os mais de três mil trabalhadores e mais de mil máquinas movimentando-se num sincronismo com a necessidade da integração logo compreende que construir estrada numa região como a nossa é muito mais do que construir estrada. É uma epopéia.

É epopéia escrita com a capacidade para desenvolver uma tecnologia própria a fim de suprir a carência de pedra.

É epopéia composta de versos que rimam com o sacrifício de adquirir produtos na fronteira com a Colômbia durante o período de cheia dos rios para ser utilizados durante o verão.

É epopéia que carrega as letras de homens e mulheres corajosos que acreditam na capacidade de superar desafios a fim de integrar um Estado marcado por uma bela história de conquistas.

É epopéia iniciada na ousadia do presidente Juscelino Kubistchek, em 1960, que determinou a abertura da estrada, a partir de Limeira, no Estado de São Paulo.

Durante todos esses anos o sonho permaneceu vivo, mas a conclusão da obra sempre esbarrou na escassez de recursos e de vontade política.

Em Rondônia, estado bem aqui do lado, o asfaltamento da rodovia chegou em 1983. Na capital do Acre a integração terrestre com restante do país foi concretizada no dia 15 de março de 1992.

Integrada com o restante do país, maior cidade do Acre continuou apartada de vários outros municípios durante boa parte dos anos. Houve períodos em que o Estado foi governado por membros de partidos que hoje fazem oposição em que a estrada não era aberta nem durante o período de verão intenso.

O descaso e a falta de compromisso eram proporcionais ao tamanho das promessas não cumpridas pelos governantes.

A partir de 1995 o Acre passou a ser governado pelo cruzeirense Orleir Messias Cameli, que resolveu enfrentar os desafios, encontrou dificuldades e levou o asfaltamento até Sena Madureira.

A iniciativa Messias Cameli fez despertar o sentimento de que era, sim, possível, concluir a obra idealizada por Kubistchek.

Cameli foi sucedido pelo petista Jorge Viana, que não se intimidou diante do desafio à sua frente. Determinado, abriu frentes de trabalho e deu passos importantes para que o sonho permanecesse vivo durante os oitos anos em que governou o Estado.

Viana foi substituído pelo também petista Binho Marques, que encontrou condições mais favoráveis e acelerou o ritmo, investindo nas obras de artes subterrâneas e nas pontes sobre os principais rios que cortam a rodovia.

Marques passou o bastão para Tião Viana, que cumpre o quarto mandato de um governante do PT no Acre.

Tião Viana percorreu a estrada semana passada e gostou do que viu. Quem estava na sua comitiva também passou ter a certeza de que o sonho da integração está mais perto do que fora imaginado ainda no inicio da década de 1960.

Essa certeza aumenta quando se tem a oportunidade de participar de inaugurações como a da Ponte da União, que enfeita Cruzeiro do Sul. Não é apenas uma ponte: é um símbolo e a certeza de que sonhar combina com ousar e realizar.

A ponte e a estrada não são feitas apenas de concreto, cimento e asfalto. São construídas com a união e a credibilidade alcançada por uma geração de políticos capazes de transformar sonho em realidade.

É uma geração de político que obteve respeito nacional e tem apoio de personalidades da estatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidenta Dilma Rousseff.

É uma geração nascida no mesmo período em que Juscelino Kubistchek ousou iniciar a construção de tão importante rodovia. São senhores e senhoras na casa dos 50 anos de idade que mantêm a vibração de meninos.

No dia 30 de setembro, o governador Tião Viana deve anunciar a boa nova: a BR-364 nunca mais fechará durante o período de chuva.

Será um dos últimos atos dessa epopéia que caminha para um belo fim.

Nesse dia todos os acreanos verão essa bela poesia épica narrada em versos recheados de luta, sofrimento, determinação, compromisso e amor pelo Acre caminhar para o seu último ato.

Eu quero estar presente.

De volta

Estamos de volta.

Vamos reativar o blog.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Deu na Folha Online

Câmara aprova mudança

de fuso horário no Acre

DE SÃO PAULO

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou nesta terça-feira, em caráter conclusivo, o projeto que altera o fuso uso horário do Acre e da região sudoeste do Amazonas.

O projeto de lei, do deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), altera de "menos quatro horas" para "menos cinco horas" do fuso horário Greenwich. Na prática, os moradores dessas regiões deverão atrasar seus relógios em uma hora, ficando duas horas atrás do horário de Brasília.

A proposta ratifica o resultado de referendo realizado no Acre, em outubro do ano passado, quando quase 60% dos eleitores rechaçaram o horário imposto pela Lei 11.662/08. Essa lei determinou que a região adiantasse os relógios em uma hora.

À época do referendo, emissoras de televisão se posicionaram contra o atraso em uma hora, que as obrigaria a ajustar a grade de programação exclusivamente para o Estado para se adequar à classificação de horário por faixa etária.

O texto aprovado pela CCJ agora seguirá para o Senado, a menos que haja recurso para que seja analisado pelo plenário da Câmara.

SENADO

No Senado, projeto semelhante propondo a mudança no fuso horário do Acre e proposto pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) foi aprovado na CCJ no início de junho. O texto aprovado, no entanto, altera ainda o fuso horário em outros dois Estados.

Ele determina que o extremo oeste do Pará e a parte do Amazonas localizada a leste de uma linha imaginária que une o município de Tabatinga (AM) e Porto Acre (AC) teriam uma hora a menos em relação a Brasília, enquanto o restante do Pará teria fuso idêntico ao de Brasília.

O texto aprovado no Senado ainda aguarda votação na Câmara.

Com Agência Câmara e Agência Senado

Dinheiro no bolso

Governo paga metade
do décimo terceiro

Tião Viana (PT) anuncia nesta quarta-feira o pagamento da metade do décimo terceiro aos mais de 40 funcionários do Estado agora no mês de julho.

O valor a ser pago injetará mais de R$ 50 milhões na economia acreana, que serão somados aos outros R$ 109 milhões correspondentes à folha de pagamento mensal do Estado com o funcionalismo público.

Também na quarta-feira, o governo envia para a Assembleia Legislativa mensagem propondo reajuste de 20% parcelado para os funcionários da Educação, da Policia Civil e do Instituto de Administração Penitenciária, que aceitaram a proposta,


Noticia

Acreano vai comandar Maçonaria Simbólica no Brasil

O acreano Vanderlei Freitas Valente foi eleito secretário-geral Confederação da Maçonaria Simbólica no Brasil (CMSB). A eleição aconteceu na segunda-feira, 4, durante a XL Assembleia-Geral Ordinária, que está sendo realizada no Hotel Radisson, em Aracaju (SE). O candidato do Acre contou com 18 votos favoráveis contra apenas nove contrários.

Freitas Valente superou o ex-grão-mestre do Espírito Santo Sérgio Gianórdoli e será empossado na quarta-feira, no encerramento do evento. “Esse é um dos maiores desafios da minha vida. Quero agradecer a povo maçônico do Acre que contribuiu para esse momento de glória para o Estado do Acre”, disse.

O cargo que será exercido pelo acreano é o mais importante da Maçonaria Brasileira, haja vista que tem a missão de atuar como organizador do pensamento maçônico do país e garantidor da unidade da instituição.

“Tivemos que superar muitos obstáculos. Um deles foi a desconfiança de pessoas que não acreditam na capacidade de fazermos uma boa gestão. Temos a plena certeza de que estamos preparados para cumprir a missão que nos foi confiada”.

Antes de ser eleito para comandar a Confederação da Maçonaria Simbólica no Brasil Vanderlei Freitas Valente foi grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Acre e há quatro anos exerceu a função de secretário-geral-adjunto da entidade. Essa é uma função que nem um Estado do Norte e do Centro-Oeste havia exercido.

A Confederação da Maçonaria Simbólica no Brasil (CMSB) foi fundada no dia 12 de novembro de 1965 no Rio de Janeiro. Desde então, anualmente reúne maçons de todos os Estados brasileiros e de outros países, quando são debatidos os mais diferentes temas, quer de interesse interno, quer de interesse da sociedade, sempre objetivando a unidade das Grandes Lojas e o bem-estar da pátria e da humanidade.

O mandato de Vanderlei Freitas Valente é de dois anos, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Junto com o grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Acre, Pedro Longo, ele terá a missão de organizar a Assembleia-Geral Ordinária do próximo ano, que será realizada em Rio Branco.

“Vamos nos organizar para fazermos um evento à altura de todas as expectativas. Tenho a certeza de o nosso grão-mestre vai nos ajudar para realizarmos um encontro magnífico”.



Poronga

“Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão.”
Papa João Paulo II

Chega de vereadores
Não é apenas no Acre que o aumento do número de vereadores está sendo debatido. Esse é um assunto que agita vários municípios. Em Jaraguá do Sul (SC), porém, os moradores não parecem querer aumentar a representação. Veja os outdoors que foram espalhados na cidade. Se a moda pega...

Na frente

Hoje o governo encaminha à Aleac o projeto de lei que estabelece o reajuste salarial dos funcionários representado pelo Sinteac e pelo Iapen, categorias que fecharam acordo econômico com o Estado. Os proventos do mês de julho já incorporarão o reajuste negociado.

Anúncio de greve
Sindicatos ameaçam grevar a partir de amanhã. Terão que convencer os funcionários, haja vista que, até agora, não conseguiram mobilizar a turma para fazer manifestação de grande impacto nas ruas de Rio Branco.

Vozes tucanas
Pode até ser coincidência, mas as categorias mais agitadas têm vinculação com o PSDB. Os militares são liderados pelo deputado Wherles Rocha, o presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Antonio Daniel, concorreu a uma cadeira na Aleac pelo partido e o assessor do Sindicato dos Médicos é o tucano Réssine Jarude. É um ponto a ser analisado.

Eleição tucana
Ainda na presidência do PSDB, Tião Bocalom convocou eleição para o diretório estadual do partido. O pleito está marcado para o dia 30 deste mês. Resta saber se haverá ou não, uma vez que o deputado federal Marcio Bittar tem a bênção do tucanato nacional para assumir o comando da legenda.

Mudança de plano
A ascensão de Marcio Bittar ao comando do PSDB no Acre obrigará as lideranças oposicionistas a mudar de plano. As chapas para a prefeitura de Rio Branco e das eleições de 2014 estavam praticamente prontas.

Apêndice do senador
Partidários de Bittar afirmam que o PSDB caminhava para ser um apêndice do senador Sérgio Petecão (ainda no PMN). Os tucanos fundamentam o argumento lembrando a nomeação do dirigente da legenda Normando Sales no gabinete do parlamentar.

Certeza da vitória
O que ocorre no ninho tucano é que eles têm a certeza de que vencerão as eleições municipais de 2012. Esse pessoal deve lembrar que certeza demais na política atrapalha mais do que ajuda.

Serra presidente
Não é demais lembrar que os tucanos e demais oposicionistas, em julho de 2010, tinham certeza de que José Serra seria eleito presidente da República. Chegaram a lotear os cargos federais no Acre. Um ano depois a petista Dilma Rousseff estava na dianteira e foi eleita.

Força nacional
Primeiro foi Gladson Cameli, que tomou o comando do PP para si. Esta semana será a vez de Marcio Bittar no PSDB. O que aconteceu no partido é o exemplo acabado da força em nível nacional que tem um deputado estadual.

Poder nos partidos
Flaviano Melo comanda o PMDB, Gladson Cameli dá as cartas no PP, Marcio Bittar vai mandar no PSDB, Antonia Lúcia é a senhora absoluta no PSC, Henrique Afonso tem bastante influência nos destinos do PV e Perpétua Almeida ajuda a manter a estrutura do PC do B. São seis exemplos de quem realmente tem poder nos partidos.

Festa maçônica
Maçons do Acre estão em festa com a eleição do acreano Vanderlei Freitas Valente para o cargo de secretário-geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMBS). O pleito foi realizado ontem, em Aracaju (SE).

Ainda o Coêlho
Afirmando que o colunista não foi honesto no tratamento da notícia, o professor Carlos Augusto Coêlho enviou e-mail negando ressentimentos. Disse que sua nota não contém rancor, porque no seu coração não há lugar para ódio e rancor. “O que não tolero é a injustiça. O que fiz foi responder as agressões e os insultos que foram assacados conta a minha pessoa, no dia do ato de desagravo do PT.”

Eu sozinho
Coêlho admite que ficou sozinho na luta para conquistar o mandato de senador na Justiça. Afirma, porém, estar tranquilo e consciente por ter exercido o seu direito. “Por outro lado, como democrata que sou, aceitarei a decisão que for proferida quanto ao julgamento do Agravo Regimental que em agosto será julgado pelo Plenário do STF.” Resta esperar.

Varal na Biblioteca
O ex-deputado federal Marcos Afonso informa que assumiu a direção da Biblioteca da Floresta. Pretende transformar o belo espaço num verdadeiro Varal de Ideias.

Neymar do Acre?
Vendido como o “Neymar do Acre”, o atacante Jô, que foi artilheiro do Campeonato Acreano com 18 gols, deverá ir para o Atlético Paranaense. O atleta jogador faz parte da empresa Gênio Esporte. Ele embarca amanhã para o Paraná.

Vaga de desembargador
Começou a valer ontem o edital publicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) abrindo inscrição para os advogados que pretendem se habilitar ao cargo de desembargador. As inscrições ficarão abertas até o dia 25.

Volta à rotina
Tião Viana reassume o governo esta semana. O governador passou alguns dias no exterior. Com seu retorno, a rotina normal de governo também deve regressar. É que muitos secretários aproveitaram para também descansar. Não é para ser assim.

Silêncio verde
Marina Silva está de malas prontas para deixar o PV. Tudo bem: a notícia não é nova. O que causa estranheza, porém, é o silêncio dos verdes no Acre. Não se vê ou ouve qualquer manifestação.

Saída na quinta
Matéria assinada pela jornalista Daiene Cardoso (Agência Estado) afirma que Marina Silva anunciará a saída do PV na quinta-feira, em São Paulo. Com ela sairão várias lideranças, como os empresários Guilherme Leal e Roberto Klabin, além do ex-deputado federal Fernando Gabeira.

Mandou...
... e não chegou. A lentidão dos Correios para entregar correspondência foi a responsável pelo insucesso do ciclo de conciliação realizado pela Justiça do Acre no período de 20 a 24 de julho. Das mais de 700 intimações enviadas pela 2ª Vara Cível, menos da metade chegou ao destinatário. Foram realizadas apenas 192 audiências, que resultaram em 55 acordos.



quinta-feira, 30 de junho de 2011

Poronga

“Nada parece interessante se
pertence a você - só quando não pertence.”
Natalie Babbit

Padeiro na FPA
Veja bem esta foto. Não é um peão qualquer que pegou o boca-de-lobo para cavar buraco. Trata-se do prefeito de Bujari, Edvaldo Padeiro (PMDB). Bem direto, ele enviou contragolpes ao prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), e ao senador Sérgio Petecão. Também confirmou o que muito se comentava: vai para a FPA. É um homem trabalhador que a oposição perde. Tem mais informação no site www.contilnet.com.br

Prazo curto
Os deputados entram em recesso no dia 15. Têm, portanto, duas semanas para votarem o projeto de lei que garante o reajuste de 20% aos funcionários públicos proposto pelo governo do Estado. A matéria deverá ser encaminhada à Aleac na próxima semana. O prazo é curto.

Fora da folha
Os sindicatos que não negociarem deixarão o reajuste de seus filiados fora da folha de pagamento. A primeira parcela de 5% sairá apenas para quem fechou acordo com a equipe de negociação.

Posição formal
Está claro que o governo não aumentará o percentual de reajuste. Diante dessa situação, seria oportuno que os sindicalistas descontentes apresentassem uma posição formal, por meio de documento, à equipe de negociação, rejeitando o reajuste.

Ponto em comum
Aparentemente, médicos e policiais militares não têm ponto em comum para fazerem reivindicação salarial em conjunto. Mas têm. Os homens de farda são liderados pelo tucano Wherles Rocha. Os homens de branco, por sua vez, são assessorados pelo também tucano Réssine Jarude.

Olha o sangue!
Cena deveras interessante na fraca manifestação de terça-feira. No mesmo ambiente estavam médicos e um açougueiro. Todos queriam ver sangue.

Análise do fracasso
Cabisbaixos, sindicalistas reuniram-se ontem na sede do Sindicato dos Médicos para analisar o fracasso da manifestação de terça-feira. O diagnóstico encontrado: sem apoio da base o movimento está em coma.

Perto da base
Mais experiente, o vereador e sindicalista Marcelo Jucá (PSB) disse na reunião o que a coluna vem avisando há um bom tempo. Leia a frase do socialista: “Quando se vai a uma greve, tem que se ver como estão as bases. Não podemos anunciar uma greve sem combinar com os servidores”.

Vizinhos de biqueira
O Sindicato dos Médicos é quase vizinho de biqueira da Secretaria de Assuntos Institucionais, onde as articulações políticas do governo são feitas. Foi lá onde os demais sindicalistas se reuniram. Talvez não estejam falando o mesmo idioma porque entre os prédios há uma escola de línguas.

Fim das coligações
O fim das coligações proporcionais foi aprovado na CCJ do Senado. Se a matéria for aprovada em Plenário, será um duro golpe nos partidos considerados nanicos. O relator foi o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que se manifestou favorável.

Força dos grandes
Uma Proposta de Emenda Constitucional como essa tem amplas chances de ser aprovada em Plenário porque conta com o apoio dos partidos considerados grandes, como PSDB, PMDB e PT.

Com os pequenos
Dentre os senadores que votaram contra a PEC está Sérgio Petecão, que foi dono do nanico PMN no Acre durante anos e trabalha para formar o PSD. Segundo ele, nem tudo que aconteceu de ruim na política pode ser creditado aos partidos pequenos. Será que não?

Cartão Calamidade
Até o fim do ano, os municípios e Estados em situação de emergência ou calamidade pública passarão a dispor do Cartão de Pagamento de Defesa Civil. Será um instrumento para que os recursos federais sejam usados no atendimento à população vitimada.

Menos burocracia
O “Cartão Calamidade” vai diminuir a burocracia. O gestor poderá debitar em conta específica, aberta em agência de banco oficial, as despesas com a compra de alimentos, remédios e colchões, entre outras coisas indispensáveis.

Alô de Jorge
Jorge Viana (PT) teve um encontro com o vice-presidente da Oi, José Luiz Simão. Aproveitou para reivindicar oferta de serviços de telecomunicações eficientes no Acre para viabilizar a criação de um call center e gerar cerca de 10 mil empregos no Estado.

Disposição e apoio
Viana disse ao dirigente da OI que o governador Tião Viana está disposto a fazer investimentos no treinamento de pessoal e conta com o apoio do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

Facilidades de Bittar
A mesma facilidade que tem para ganhar votos, o deputado federal Marcio Bittar (PSDB) tem para perder aliados. Em poucos dias a coluna contabilizou dois. Ambos fizeram questão de registrar o que classificaram de “ingratidão” em textos publicados na net.

Lixo eletrônico
A baixa mais recente no exército é o blogueiro Acreúcho. Ele postou em seu blog rosário de lamentações. Insatisfeito, classificou os releases enviados pela assessoria de Marcio Bittar para sua caixa de mensagens como “lixo eletrônico”. Leia mais no seguinte endereço: http://blogdoacreucho.blogspot.com/.

Marineiros liberados
A Folha de S. Paulo de ontem trouxe a informação de que Marina Silva autorizou que seus aliados busquem abrigos temporários em outras legendas para disputar as eleições do próximo ano. Os “marineiros” vão se espalhar por vários partidos.

Espírito da Coisa
Antonio Alves captou o espírito da coisa no artigo assinado pelo deputado federal Sibá Machado (PT) e publicado no Página 20 de terça feira. Tanto o texto petista quanto o do jornalista foram reproduzidos no blog www.leonildorosas.blogspot.com. É uma interpretação de quem entende como as coisas funcionam nas entranhas petistas.

Ensinamentos de Sócrates
Na mesma coluna, Antonio Alves reproduz um texto do grego Xenofonte, discípulo de Sócrates, narrando o encontro do filósofo com um jovem postulante ao governo da cidade. Essa é uma leitura obrigatória, principalmente para a turma que pretende chegar à prefeitura de Rio Branco.

Início do carnaval
Deputados estaduais realizaram sessão ontem à noite em Brasileia. Há quem considere que o evento marcou o início do carnaval fora de época no município, também chamado de Carnavale. O que não falta nesta legislatura é parlamentar carnavalesco e carnavalizado.

Vevé Valente

Esta foi uma semana de perdas para o Atlético Acreano. Além de ficar fora da disputa do título do estadual de futebol, o Galo Carijó perdeu um dos seus mais tradicionais torcedores: Vevé Valente. A coluna se solidariza com os seus filhos Nonato Moleza, Aurélio e Pimpolho.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Espirito da Coisa

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Poronga

“Amigo! O campo é ninho do poeta...
Deus fala, quando a turba está quieta, às campinas em flor.”
Castro Alves

Faltou combinar
Dizem que a história aconteceu na Copa do Mundo de 1958, no jogo do Brasil contra a então União Soviética. O técnico Vicente Feola chamou Mané Garrincha no canto:

- Mané, você pega a bola e dribla o primeiro beque; quando chegar o segundo, você dribla também. Vai até a linha de fundo e cruza para trás, para o Vavá marcar.

Ingênuo e malicioso, o “Anjo das Pernas Tortas” indagou:

- Tudo bem, seo Feola, mas o senhor combinou com os russos?

E foi mais ou menos o que aconteceu com os sindicalistas: chamaram para uma manifestação ontem, mas não combinaram com os servidores. A situação está russa.

Jogo de cintura
Os sindicalistas estão pagando mico porque são como os jogadores russos: não têm jogo de cintura e terminam sendo driblados com facilidade por quem tem mais habilidade no gramado da mesa de negociação. É a base que leva as lideranças, e não o contrário.

Faltou plateia
Manifestação sem a presença de um grande número de servidores é como jogo de futebol sem torcida: não tem graça. Quase sempre os sindicalistas ficam com a cara de Mané. E não é de Mané Garrincha, que fazia da ginga com as pernas tortas a alegria do seu público.

Sem mobilização
Os 11 sindicatos que chamaram para a mobilização representam 23 mil servidores. Foram incapazes de mobilizar a categoria. Menos de 200 pessoas saíram de casa e do local de trabalho para protestar. É ruim ver um jogo terminar de forma tão melancólica.

Jogo jogado
O fracasso da manifestação de ontem, porém, não deve servir para que os governistas coloquem a faixa de campeões. Eles ainda terão que conversar muito e driblar vários obstáculos. A situação com o servidor público precisa ser melhorara e aprimorada diariamente. A insatisfação grande. E essa conspiração do silêncio é a pior que tem, pois costuma se manifestar no encontro com as urnas. O povo não é Mané. Está mais para Garrincha.

Pão torrado
Edvaldo Teles (PMDB) é o nome de batismo do prefeito Padeiro, do Bujari. O peemedebista passou a comer o pão que o diabo amassou desde que ensaiou uma aproximação com o governador Tião Viana (PT) e, consequentemente, com os partidos da FPA. Seus aliados e correligionários o querem torrado.

Relação institucional
Até onde se tem conhecimento, Padeiro não tem como deixar o PMDB, sob pena de ser expulso por infidelidade. Também não constitui crime ele ter uma relação institucional com o governador.

Homem de bem
Padeiro está recebendo tratamento de seus aliados que nunca recebera dos adversários no PT e na FPA. As maiores lideranças do grupo político que está no governo sempre respeitaram o prefeito de Bujari, a quem classificam como “um homem de bem e honesto”.

Segundo peemedebista
Caso realmente decida se aliar com o governo, Edvaldo Padeiro não estará sozinho no PMDB. O prefeito peemedebista de Mâncio Lima, Cleidson Rocha, é aliado desde a eleição de 2008 e não demonstrou qualquer tipo de arrependimento até agora.

Discurso do açougueiro
A falta de quorum foi tão gritante na manifestação que o açougueiro Rui Birico foi anunciado como liderança para discursar. Ele fez o que mais gosta: desceu o malho no governo.

Verde da Alemanha
Marina Silva viaja amanhã para a Alemanha. Foi convidada pelos dirigentes do Partido Verde daquele país para uma conversa. Quem sabe por lá ela se entende, porque com a turma de cá está escuro...

Conversa ampliada
Segundo a assessoria de Marina Silva, quando retornar, a ex-senadora terá uma “conversa ampliada” com os verdes do Brasil. Deve ser para anunciar a saída.

Convenções impugnadas
Os demos estão dispostos a tornar a vida da criação do PSD um inferno. Para isso, preparam pedidos de impugnação das convenções que o partido de Gilberto Kassab pretende realizar a partir deste fim de semana. A notícia original está na coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Legenda inexistente
A argumentação dos dirigentes do Democratas é de que o PSD não existe no papel nem dispõe de filiados que legitimem as convenções.

Louco e ladrão
Desde que resolveu trilhar pelo caminho da oposição, o deputado Gilberto Diniz (PT do B) demonstra ter perdido o equilíbrio. Recentemente, tachou o governador Tião Viana de “ladrão de consciência”. Ontem, classificou o petista Jonas Lima de louco.

Código de Ética
Os membros da mesa diretora não podem achar que as agressões serão resolvidas apenas suspendendo a sessão. Há um Código de Ética e Decoro Parlamentar na Aleac. Basta fazer com que seja aplicado e deixe de ser apenas peça decorativa.

Proteção na via
Foram necessários vários acidentes para que medidas preventivas fossem adotadas na Via Verde, em frente à Escola Clinio Brandão. Felizmente, os responsáveis pela fiscalização mandaram construir dois quebra-molas em pontos estratégicos. Os alunos, professores e a comunidade agradecem.

Haja coração
Responsável pela redução da quantidade de erros na coluna, o jornalista Beneilton Damasceno resolveu brindar o colunista com um texto-homenagem publicado na edição de ontem. Além de agradecer eternamente, vou dar um aviso: se o meu velho coração não aguentar, você, caro leitor, sabe quem é o culpado.

Artigo de Sibá
Sibá Machado (PT) publicou artigo neste Página 20 deveras interessante. O deputado federal trouxe às páginas a proposta de a FPA realizar um congresso para debater e repensar seu formato, estrutura, estratégia, formação e escola política. O texto foi reproduzido no blog www.leonildorosas.blogspot.com.

Invasão no Quadrilhódromo
Não havia lugar mais simbólico para a quadrilha de invasão tentar ocupar: dessa vez buscaram o Quadrilhódromo no Conjunto Tucumã. É imperioso que providências sejam tomadas o quanto antes.

Regulamento da Cavalgada
Sempre irônico, o jornalista Washington Aquino levantou uma questão interessante sobre o regulamento da Cavalgada da Expoacre. Segundo ele, lembraram de tudo, mas se esqueceram de falar sobre o cavalo.

A jaqueta ou a vida!
Às 7h30 de ontem, um jovem passava numa das ruas do Conjunto Castelo Branco quando dois ladrões chegaram e disseram: “Levanta as mãos e passa a jaqueta!”. Os larápios estavam com frio mesmo. Detalhe: os moradores da região pedem mais segurança.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Artigo

Ao Leo o que é do Leo!

Beneilton Damasceno

Em março de 1998, quando o acreano “quase paraense” José Chalub Leite trocou o vício das redações de jornais por um lugar bem acima de nossas cabeças, a imprensa nativa acusou o golpe com tamanha resignação que não se deu a importância de, digamos, nomear, mesmo “ad referendum”, algum profissional que assumisse o posto de primeiro-suplente, uma espécie de “vice-Zé Leite” ou cargo similar, procedimento corriqueiro em qualquer categoria organizada. Entretanto, mais de treze anos depois, o vasto grupo de escribas acreanos preferiu fazer opção pela orfandade consensual.

Se levarmos em conta, ao pé da letra, os critérios mais aceitáveis e essenciais para a eleição dessa figura - a competência e o amor ao ofício de redigir -, é possível listar rapidamente um tímido número de damas e cavalheiros - uns já vetustos, outros mais ou menos quarentões. Lá se vão alguns deles (a ordem é aleatória): Francisco Dandão, Elson Martins, Antônio Alves, Silvio Martinello, o “acreoca” Marcus Vinícius, Florentina Esteves, Marcos Afonso, Antonio Stélio, Onides Bonaccorsi, José Cláudio Mota Porfiro, José Augusto Fontes, Altino Machado, Romerito Aquino, Tião Maia e mais umas três ou quatro celebridades que os neurônios sofríveis deste signatário teimam em não revelar.

Comete-se, todavia, uma injustiça quando se deixa no banco de reservas desse valoroso time um garotão nascido no Vale do Juruá e que, ao contrário dos bambambãs acima escalados, salvo engano, não tem anexado ao curriculum vitae o orgulhoso diploma de “dactilografia”, requisito imprescindível à moçada da velha guarda que almejava ingressar na profissão de jornalista. O garotão, que igualmente ultrapassou a barreira das quatro décadas de sol e chuva, é filho de Cruzeiro do Sul e, ainda meninote, veio com a família morar na capital acreana. Seu nome é Leonildo Rosas, batizado e crismado na quadra de esporte do bairro José Augusto e no campo do Vasco.

Apesar de havê-lo conhecido na adolescência, comecei minha intimidade profissional com o Leo em março de 1995 - ele, como eu, modestamente um dos pioneiros deste Página 20, junto com o Assem Neto, os criadores Stélio e Elson Dantas e o não menos saudoso Pheyndews Carvalho. As máquinas Olivetti, Remington e Olympia haviam meses antes sido enxotadas pelo computador 486.

Leonildo caiu nessa vida de escrevinhador publicando raivosos libelos - a maioria editoriais e artigos - contra o então governador Orleir Cameli (por ironia seu conterrâneo), seus auxiliares e um assessor de comunicação importado de Rondônia cujo nome nem o infalível Google fez questão de comigo colaborar. Logo depois, o rapaz (o Leo, não o importado de Rondônia) já era editor... Os contracheques vencidos em três, quatro meses, como retaliação aos ataques ao inquilino de um palacete na Rua Isaura Parente, foram usados como combustível para que seus pacientes comandados não sucumbissem - ainda que com visível redução de massa corpórea e vítimas de constantes ameaças dos “insensíveis” cobradores. Tempos que, pela misericórdia divina, não voltarão mais. Amém!

Passaram-se os anos, muitas mudanças de espaço físico, e a vida dos que resistiram melhorou, não há como contestar (os credores, por exemplo, ou desistiram das investidas quase diárias ou findaram cedendo a acordos “cara-de-macaco”, sem o mínimo suporte jurídico). Pelo que tudo indica, ambas as partes perderam menos do que imaginavam.

Mais o que de fato conquistou o público foram os textos primorosos do neófito Leo, que acabou promovido a colunista político, pela afinidade manifestada e aceita pelos leitores. Hoje, depois das manchetes da capa, a coluna “Poronga”, aqui do lado esquerdo, na página 2, é o itinerário natural do matutino, seja no impresso, seja no monitor.

Melhor ainda é que o Leo permanece sereno e avesso à jactância que infelizmente contaminou certos portadores de canudo, bem como os caducos presunçosos. Quando, lá pelas 9 da noite, este revisor liga para ele, a pergunta é automática: “Diga, meu caro, onde foi que eu errei?”. Na verdade, o “erro” do velho Leo da dona Carmela é, sem ver nem pra quê, acrescentar um bendito “s” em tudo que é palavra no singular. Como a revisão se familiarizou com o macete, já considera o contratempo um charme pessoal - ou marca registrada, se assim aprouver ao colunista.

Outro trauma - agora da minha parte - é que, mesmo depois de tanta rasgação de seda, o Leonildo é tão mão-de-vaca que sequer teria a iniciativa de me emprestar o seu possante carrão para ir comprar amendoim do Japonês na vizinha Senador Guiomard. Quarenta e oito quilômetros, hômi! - 24 para ir e 24 para voltar. Seria pedir muito, meu camarada?

Fim


Jornalista seringueiro

Comentário: Obrigado, amigo Bené!