segunda-feira, 31 de março de 2008

Lula perdeu o dedo em 1964O presidente Lula também foi vítima em 1964.

Não. Ele não foi perseguido pelo governo militar que se instalou na Brasil naquele ano.

Muito provavelmente nem sabia o que estava acontecendo.

Era apenas um jovem retirante nordestino, semi-alfabetizado, trabalhando como torneiro mecânico numa fábrica. Tinha, então, 19 anos.

Num trabalho noturno, um colega prensou a sua mão numa máquina.

Ele veio ter problemas como os militares somente nas décadas de 70 e 80, quando começou a liderar os movimentos metalúrgicos no ABC paulista.

Se os milicos imaginassem no que ele iria se tornar talvez tivesse perdido a vida



O dia do golpeEste senhor que você está vendo, caro leitor, é o sociólogo Hélio Koury. Quase aos 80 anos, sofre de Mal de Parkinson, mas, quando jovem, não tremeu diante do golpe militar de 1964.

Hoje, completa 44 anos do início de umas das fases mais complicadas da nossa história. Pela atrocidades cometidas nos 21 anos que os militares mandaram e desmandaram, não há como esquecer o que foi feito nos porões da ditadura.

Hélio Koury tentou implantar a alfabetização usando método Paulo Freire. Esse foi o seu principal crime.

Naquela época, ele avaliara que o Exército não teria força para derrubar o presidente João Goulart.

Acreditava que os movimentos de esquerda e populares estavam fortalecidos o suficiente para pôr as massas na rua, em caso de uma tentativa de golpe. Errou feio.

O sociólogo passou 40 dias presos sob a acusação de subversão no Cassino dos Oficiais. Tinha como companheiro de cela o então defensor público Adherbal Maximiliano, Ariosto Miguéis e José Brasil.

Numa entrevista que concedeu ao editor do blog, Hélio Koury afirmou que o coronel Edgar Cerqueira teria bebido quando pôs a tropa em frente o quartel da Polícia Militar, foi à Assembléia Legislativa, subiu até onde tinha uma reunião de deputados e exigiu a renúncia do governador José Augusto de Araújo.

“Ele meteu os pés na porta. Os deputados tremiam de medo. Mas, se tivesse um homem que puxasse o revólver, o Cerqueira sairia correndo. Ele não era esse valentão todo. Era um grande beberrão. Todos os deputados foram uns frouxos”.

Essas datas devem ser lembradas sempre para que as antigas, novas e futuras gerações não esqueçam o quanto é cara a democracia e a livre expressão.



Oposição pra valer
Em entrevista ao jornalista Altino Machado - http://www.altino.blogspot.com/ - , a viúva de Chico Mendes, Ilzamar Mendes, declarou que o seu esposo só vive quando as pessoas querem utilizar a sua imagem.

Diz também que as pessoas que lutaram ao lado de Chico Mendes estão mais preocupadas com o poder do que com os ideais do seringueiro.

Uma dessas pessoas, segunda a viúva, seria a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que é apontada pela imprensa mundial como uma das principais seguidoras das idéias de Chico.

Os dois concorreram juntos em 1986. Era oposição pra valer. E agora, coitado do Acre, que não tem nem oposição de brincadeirinha.



Heródoto Barbeiro
entrevista Evo Morales
Durante a conversa com Heródoto, Morales fala sobre as relações Brasil-Bolívia após a crise do gás, da quebra de contratos e dos problemas enfrentados pelos plantadores de soja brasileiros instalados na fronteira dos dois países. Num dos trechos mais polêmicos, o presidente acusa o embaixador norte-americano no País de agir para derrubá-lo do governo. No final, de forma descontraída, ainda há espaço para umas palavras sobre futebol, uma vez que La Paz foi vetada pela Fifa - por sua altitude - para a realização de jogos internacionais. A entrevista será apresentada em forma de série, entre esta segunda-feira e sábado, no Jornal da Cultura.

HERÓDOTO BARBEIRO
Presidente Evo Morales, muito obrigado por sua entrevista para a imprensa brasileira.

EVO MORALES
Bom, muito obrigado pela sua presença, pela visita. Estou contente com esta entrevista. Tomara que as reflexões que façamos sejam importantes para os países vizinhos e, especialmente, para os nossos povos.

HERÓDOTO
Presidente, antes de falarmos de futebol, que é mais polêmico, vamos falar um pouco do gás. Quando vinha ao aeroporto, disse para o taxista: vou à Bolívia para entrevistar o Presidente Evo Morales. Ele me disse: “meu carro é a gás. Pergunta para ele se a Bolívia vai garantir gás para que os taxistas brasileiros possam utilizá-lo no Brasil”.

EVO MORALES
Bom, nesta conjuntura eu gostaria mais de falar sobre futebol. No entanto, sinto, penso que o Brasil não vai nos abandonar na defesa da universalidade do futebol, do esporte. A liderança do Brasil é mundialmente reconhecida e esperamos trabalhar juntos no esporte também. Somos dois países vizinhos, dois países irmãos com presidentes que têm enormes coincidências. Um presidente que vem das lutas sociais, dos trabalhadores, e o outro que vem das lutas sociais, indígenas e camponesas. É nossa obrigação nos unirmos para atender a demanda dos nossos povos. Um país reconhecido regionalmente pela sua liderança, e um país pequeno como a Bolívia espera muito do Brasil. Estou certo de que o Brasil não tem muitos problemas econômicos. E a Bolívia precisa de investimento. Combinando o investimento e os benefícios para os dois países, estou certo de que não vai faltar gás, nem energia para os irmãos brasileiros. Até agora estamos muito unidos. Em algum momento houve desconfiança com o tema da nacionalização. A gente falou: “queremos sócios, não patrões nem donos dos nossos recursos naturais”. Respeitaram nossa mensagem, e depois da última visita do presidente Lula e sua equipe e parte de seu gabinete, foi criada uma confiança, uma nova confiança para resolver e atender as demandas. É apenas uma questão de investimento. Temos que realizar os investimentos o mais rápido possível, assim não faltará gás ou energia para a Bolívia, nem para o Brasil. Temos avançado bastante até agora e isso é muito importante. Desta forma a gente tem que se unir regionalmente para atender as demandas urgentes, como é o uso da energia.

HERÓDOTO
Presidente, o Brasil precisa comprar mais gás da Bolívia. A Bolívia tem condições econômicas para fazer investimentos, para aumentar a sua produção e oferecer mais gás ao mercado brasileiro e até mesmo argentino?

EVO MORALES
A grande debilidade do povo boliviano e do Estado é o investimento. Repito, depois da última entrevista com o presidente, da visita especialmente, estou confiante porque a Petrobrás garantiu o investimento. Se tivermos investimento, temos mais, por exemplo, para resolver as demandas internas, assim como para honrar nossos compromissos com o Brasil, com Argentina. Então, meu raciocínio é o mesmo: trabalhemos juntos, Argentina, Brasil e Bolívia. Assim, nos momentos difíceis de algum país, temos que nos manter juntos, solidariamente. Outro país, mas solidariamente juntos até que tenhamos novos campos, novos poços que dêem mais gás ou energia para os países da região. Desde que assumi como presidente, já foram descobertos três campos, três poços mais. Um em Guacaya, Departamento de Chuquisaca, que vai gerar 800 mil milhões de metros cúbicos por dia, e outro em Tacobo, Santa Cruz, um milhão 200 mil milhões de metros cúbicos por dia. Tem outro menor em Cochabamba, em Canata, também. Eu digo, vamos colocar este gás no mercado e me respondem que precisamos ter gasodutos, além de algumas plantas industriais também. Isso leva tempo. Mas porque não nos mobilizamos juntos para fazer os gasodutos? Para comprar os dutos temos que esperar seis meses, oito meses. É esse o nosso problema. Se neste momento, dos três campos, colocamos no mercado dois deles, o Guacaya e o Tacobo, iríamos resolver muitos dos problemas que ainda temos. Por isso temos que nos unir. Uns têm gás para colocar no mercado, outros têm dinheiro para investimento.Quero reiterar minha confiança na Petrobras depois dos últimos acordos. Temos que acelerar. Acelerar para atender as demandas dos nossos povos.

HERÓDOTO
Presidente, os investimentos que forem realizados na Bolívia, os seus contratos serão honrados?

EVO MORALES
Totalmente. Nas comunidades camponesas indígenas temos uma espécie de partido, é assim que o chamamos. Por exemplo, eu tenho um hectare de terra e você está sem, mas você quer trabalhar na terra, produzir. Então eu dou a minha terra e você a trabalha. E depois compartilhamos a produção 50% e 50%. Mas eu não perco a posse da minha terra. Se em 10 hectares plantamos 20 toneladas de batata. 10 para você que trabalhou, 10 para o dono. Isso é muito respeitado nas comunidades camponesas e indígenas, em temas agrícolas ou da pecuária. E quando falamos de investimento, estamos dizendo que o investidor primeiro tem que recuperar seu investimento e depois tem todo o direito de ter acesso aos lucros. Nós sabemos disso. Isso faz parte de nós. Que ambos se beneficiem. Que o Estado e o povo boliviano se beneficiem, mas também o investidor. Até hoje nunca atentamos nenhum investimento, a não ser com aqueles que não cumpriram com as leis bolivianas. O caso Vinto, por exemplo. Depois da recuperação da empresa metalúrgica Vinto. Vendo os documentos, concluímos que eles não nos respeitaram. Quando demonstramos que não cumpriram com isso e aquilo, eles reconheceram o erro. As empresas que cumprem com as normas bolivianas, com os contratos, com o investimento, têm tudo garantido. O investimento será respeitado e terá direito aos lucros, assim como está no contrato.

HERÓDOTO
Não importa de que origem sejam esses investidores? Não importa de que nações venham esses investidores?

EVO MORALES
Estamos falando de todos os investidores. Não somente de nacionalidade ou empresa, mas também de setores. Não somente o tema dos hidrocarbonetos. Temos outros investimentos em outros setores que igualmente são respeitados. Somos responsáveis com o que falamos. O controle do Estado sobre os recursos naturais. Um exemplo são as refinarias, negociamos e devolvemos o dinheiro. Por que eles compraram e nós devolvemos o dinheiro. E sem nenhum problema. Eles entendem perfeitamente. Esta é uma maneira de sermos responsáveis com os investidores.

HERÓDOTO
Presidente, quando o senhor lembrou de sua origem e a comparou com a do presidente Lula... O presidente Lula está empenhado no Brasil para promover uma reforma agrária. Como é a reforma agrária que o senhor pretende para Bolívia?

EVO MORALES
Eu falei em algum momento que temos que colocar o gás no campo. Mas, meus companheiros entenderam errado. Pensavam que Evo ia meter gás lacrimogêneo nos movimentos rurais. Mas, não. Temos que investir os recursos econômicos provenientes do gás no setor agropecuário. É um debate permanente. Mas, evidentemente, a escassez de alguns produtos, não só nacionais, nem regionais, mas internacionais, nos diz que temos que melhorar a produção. O governo boliviano tem uma revolução agrária. A reforma agrária de 1952, que aconteceu graças ao levante armado de movimentos camponeses indígenas e dos mineiros. Uns pela reforma agrária, outros pela nacionalização das minas, pelo voto universal. Imagine só, até 1952 não tínhamos voto universal. O movimento camponês indígena não tinha direito a voto, a eleger seu presidente, suas autoridades. Bom, ainda bem que esse levante mudou isso. No entanto, a reforma agrária acabou na Bolívia. Também no altiplano e no vale acabou no minifúndio. Alguns irmãos camponeses dizem: no surcofúndio. Enquanto isso, no oriente boliviano o latifúndio continua. Aqui a reforma agrária do governo tem quatro componentes importantes. A redistribuição da terra que já começamos. Antes um hectare saneado custava quase 10 dólares, agora é mais ou menos um dólar. Em dez anos, antes da aplicação de uma nova política agrária, sanearam apenas 9 milhões de hectares. Hoje, em dois anos, conseguimos sanear esses 9 milhões de hectares. Esses são alguns avanços da redistribuição da terra. Com respeito à mecanização, graças à cooperação da Venezuela adotamos e ganhamos tratores. E com o novo acordo que temos com o Brasil, temos acesso a créditos e esperamos que o Parlamento consiga apoiar e ajudar o mais rápido possível para que com esse crédito chegue em maquinaria para melhorar a produção. Perante a escassez do alimento, decidimos que os produtos como o milho, trigo, soja e arroz terão 0% de juros. E caso o produtor queira pagar com seus produtos, é ainda melhor. Começamos com esse tipo de reformas. Estamos fazendo reuniões. Temos que apostar também num país orgânico, com produtos ecológicos. Isso é mais difícil, mas acredito que temos que implementar a política para um país mais orgânico. Respeitamos os transgênicos, algumas empresas só querem melhorar. Mas o melhor é que o ser humano viva com alimentos sadios. Também apostamos num comércio justo. Estamos frente ao TLC, o Tratado do Livre Comércio entre os Povos, que deve funcionar como as multinacionais agrárias que tem seus mercados garantidos, mas destinado ao pequeno produtor. Seus produtos também devem ter preços justos e um mercado garantido. Portanto resolveremos esse problema social para enfrentar qualquer conflito social no país. A melhor forma de conseguir a paz social é com igualdade social dos nossos povos. É um trabalho permanente de apoio às pessoas que querem crescer com seus produtos, seu trabalho e seu esforço. É a oportunidade dos setores agropecuários para a redistribuição da terra, a mecanização, a industrialização, mas também com uma aposta nos produtos ecologicamente corretos. E também com um comércio justo.

HERÓDOTO
Presidente, no Brasil a reforma agrária é feita em terras improdutivas. Esse é o mesmo critério que se usa na Bolívia?

EVO MORALES
Aqui as terras produtivas são totalmente respeitadas. Mas existem algumas famílias que ocupam terras não para trabalhar, mas para negociar, para vender. Às vezes hipotecá-las para depois esquecer dessa hipoteca. As terras improdutivas devem desempenhar uma função social e econômica. Nisso está fundamentado a redistribuição da terra. Isso eu digo publicamente: “se algumas famílias possuem muita terra, por que voluntariamente não repassam essa terra a quem não tem, ou não tem suficiente?”.

HERÓDOTO
Quando o seu governo vai resolver o problema dos fazendeiros brasileiros que se estabeleceram na faixa de fronteira, a menos de cinqüenta quilômetros da fronteira entre o Brasil e a Bolívia?

EVO MORALES
Os que estiverem em situação legal, segundo o que me informou o Ministro das Terras, muitos deles, não todos logicamente, possuem o direito de se nacionalizar e, portanto, garantir as terras que compraram. São muito responsáveis. Quando eu e o presidente Lula conversamos, acertamos o apoio econômico às famílias. O que me preocupa são as famílias que ainda não podem nacionalizar-se, mas já estão assentadas. No momento é o problema que temos, mas deve existir solução. Assim como nossos irmãos bolivianos que trabalham em São Paulo e outras cidades, talvez ilegalmente, vocês têm que nos ajudar a resolver isso, assim como nós também ajudaremos. Temos que nos unir para buscar soluções conjuntas aos problemas sociais dos irmãos brasileiros, assim como dos irmãos bolivianos.

HERÓDOTO
Presidente, a prospecção que a Petrobras faz no mar territorial brasileiro culminou com o encontro de grandes jazidas de gás, na bacia de Santos, que vai passar a produzir daqui quatro anos ou cinco anos. Isto preocupa a Bolívia, que a produção interna de gás brasileiro possa concorrer com o gás produzido aqui, na Bolívia?

EVO MORALES
O Brasil já possui campos enormes, não só prováveis, mas já comprovados pelas empresas. Tenho algumas informações de que o país com o maior número de reservas comprovadas é a Venezuela e depois das novas descobertas o Brasil já é o segundo, e a Bolívia é o terceiro país. Por que eu repito o assunto da união? Neste momento, o gás boliviano pode ser importante para o Brasil. Daqui a pouco o gás ou o petróleo podem ser importantes para a Bolívia. É disso que eu falo quando cito a união. Eu tenho muita confiança, não só no governo e no presidente, mas no povo brasileiro. Existem empresas e empresários no Brasil que são muito solidários com os pobres. Mas também existem pessoas, forças sociais que compartilham as lutas. Já estivemos juntos em eventos como os Fóruns de Porto Alegre, com o presidente Lula e outros presidentes. Talvez existam alguns presidentes que só pensam em acumular capital, muita riqueza, muitos interesses. Mas entre nós, jamais vamos nos abandonar. É a melhor confiança, trabalhar juntos na solução dos problemas. Portanto, nem a Bolívia vai assustar o Brasil, nem o Brasil vai assustar a Bolívia, se a gente pensar na vida e na humanidade e nas pessoas que realmente necessitam. Ontem acabou a Semana Santa.Com satisfação ouvi a mensagem de alguns dias atrás do Papa quando disse que existem três pecados da globalização. E como atacar esses três pecados? Bom, não acumular muitas riquezas, que é a nossa luta permanente, diária. Não acabar com o meio ambiente, que é outra luta dos povos. Nós, povos indígenas, moramos em harmonia com a Mãe Terra. E não acabar, ou desconhecer os direitos sociais, que é outra luta. Uma coincidência enorme. É a primeira vez que concordo com a mensagem do Papa. E agora? Como aplicá-las? Se for a luta dos povos, então é melhor tentar nos unir. Agora pode ser uma alternativa para solucionar imediatamente ou em médio prazo o tema da energia. No futuro, possivelmente o Brasil. Somos países vizinhos e irmãos e temos que trabalhar juntos para solucionar os nossos problemas.

HERÓDOTO
Presidente, há algum tempo, o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, propôs a construção de um grande gasoduto. Um grande sistema energético entre Venezuela, Bolívia, Brasil e Argentina. O senhor acha isso factível? É possível de ser feito ou é um sonho?

EVO MORALES
Veja, eu acho que isso é luz, portanto deve ser um serviço básico, um direito do ser humano. Presidentes como Chavez, Lula e outros presidentes pensam que os serviços básicos são um direito do ser humano. Então, é melhor avançar, nos unir para solucionar os serviços básicos, como na energia, água. Já ouvi que com o gasoduto a Venezuela vai nos tirar o mercado e não vamos poder vender. Eu acho que no futuro esse tema vai se acirrar. Portanto temos que procurar a médio e longo prazo, planificar, para que não falte energia, não falte gás. Como presidentes que pensam no futuro de seus povos. Junto com a presidente da Argentina, obrigar-nos a calcular e medir e deixar que os nossos técnicos nos dêem as soluções. O gasoduto da Venezuela que passa por Brasil, entre o Brasil e a Argentina, o melhor é ficar unidos. Sempre vamos trabalhar para resolver os problemas solidariamente.

HERÓDOTO
Presidente, a Bolívia está entre o Mercosul e a Comunidade Andina. Com quem ficará?

EVO MORALES
Em primeiro lugar é importante fazer profundas reformas, tanto na Comunidade Andina como no Mercosul, e que estes mecanismos de interação resolvam os problemas sociais. Vamos debater quais são as nossas diferenças. Mas se tivermos que unir a CA com o Mercosul, que essa seja a grande base para a UNASUR. Estamos apostando na Unidade Sul-americana. A cúpula presidentes, realizada em dezembro de 2006 em Cochabamba, foi importantíssima. Imagine, com duas cúpulas já temos o Estatuto Constitutivo da UNASUR, a Unidade Sul-americana. Dizem que na Europa isso demorou 50 anos. Nós conseguimos na segunda cúpula de presidentes da América do Sul. Digo isto com muita felicidade. No encontro grupo do Rio, realizado em Santo Domingo semanas atrás, junto com os presidentes da América Latina, resolvemos um problema de dois ou três países, da Colômbia e do Equador. Antes acontecia um apadrinhamento. O Império, os Estados Unidos resolviam, fundavam. Agora somos nós. Na reunião da OEA da semana passada, nossos chefes de Estado estavam unidos para que nós mesmos resolvêssemos nossos problemas. Eu sinto que América do Sul é uma grande esperança para a humanidade e o planeta Terra. A América do Sul preserva o meio ambiente, preserva seus recursos naturais. Preserva, por exemplo, suas florestas. Eu até me arrisquei a dizer que somos a uma reserva moral. Estes processos democráticos de liberação não são casuais. Alguns, talvez com muita força e clareza, perante o Império e outros com muitos cálculos políticos. São mostras claras de liberação. Portanto, eu compartilho com o presidente Kirchner quando de presidente falou para o ex-presidente: “A América Latina não pode ser o carpete do Império dos Estados Unidos”. Isso nós não só falamos como também fazemos. Esses dois fatos, tanto a reunião do Grupo do Rio como a reunião dos chefes de Estado na OEA, foram alentadores. Então por que não? Nesse momento a CA e o Mercosul, reformulando ou mudando alguns aspectos, podem ser a base para a Unidade da América do Sul. Eu sonho que América do Sul tenha apenas uma moeda. Imagine como na Europa. O euro, europeu, se valoriza constantemente, enquanto o dólar dos Estados Unidos deprecia-se. Se a gente, de maneira conjunta, souber aproveitar os nossos recursos naturais, seremos uma esperança para o mundo.

HERÓDOTO
Presidente, o senhor fez uma porção de elogios ao Presidente Lula. Recentemente, a secretária de Estado dos Estados Unidos esteve no Brasil, Condoleeza Rice, e disse que o Lula é o maior amigo dos Estados Unidos aqui na América do Sul.

EVO MORALES
Bom, eu entendo. Às vezes precisamos que presidentes sejam amigos, mas sem renunciar aos seus princípios. Eu não tenho nenhuma queixa sobre o presidente Lula. Eu também queria que os Estados Unidos fossem amigos do meu governo e da minha presidência. Mas a minha experiência até agora é que a Embaixada dos Estados Unidos encabeça a conspiração contra o meu governo. O presidente Lula em sua última visita aqui no palácio me disse: “Evo, paciência, paciência, paciência”. Vou ter paciência, jamais vou quebrar as relações com ninguém, e assim vamos a melhorar as relações diplomáticas com todos de acordo com nossas necessidades e capacidades econômicas. Somos da cultura do diálogo, somos da cultura da amizade apesar de que elas gerem provocações e agressões. Claro, a dor não cicatriza facilmente. Por exemplo, quando eu era dirigente sindical, diziam que eu era narcotraficante, terrorista, assassino, da máfia da coca. Um mês atrás, o chefe do Departamento do Estado, não, o do Comando Sul, colocou na CNN de um lado o Presidente Evo Morales e do outro o presidente do Irã, e falou: “A aliança do terrorismo do narcotráfico”.O Embaixador, ou o ex-embaixador Manuel Rocha, em 2002 disse que o Evo era o Bin Laden andino e que os cocaleiros, os produtores da folha de coca, eram os talibãs. Eu respeito as recomendações do presidente Lula quando ele fala: “paciência, paciência”. Porém, a grande vantagem que tem o meu governo é que essas pessoas pobres dos movimentos sociais, com o seu presidente,há dois dias se juntaram em Chuquisaca. Impressionante. As pessoas voluntariamente se concentram para repudiar essas políticas agressivas que não são internas. São também internas, mas, sobretudo, vêm de fora. Existe um grande movimento internacional de conspiração contra os presidentes e governos provenientes das democracias libertadoras. Por isso, invejo a amizade do Lula com os Estados Unidos. Também gostaria de ter isso, mas eles não gostam de mim. Mas vou agüentar tudo por esse processo de mudança, tudo pelo nosso povo. Não vamos partir para cima deles, não vamos fazer isso.


HERÓDOTO
Presidente, já que o senhor usou a palavra terrorista, como é que o senhor define as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia? Uma vez que elas são chamadas por alguns países no mundo, pelos Estados Unidos e pela Europa, de terroristas.

EVO MORALES
Seguramente nas décadas de1950, de 60 e talvez na de 70, era importante que as forças sociais partissem para a luta armada contra o Império. Agora, desde 1980, 90 e nesse novo milênio, é o Império que luta contra os povos. Já não são mais necessários movimentos como as FARC. Sou muito sincero, porém tampouco precisamos de governos que acabem com esse tipo de movimento, com as vidas. Não concordo com isso. É importante o diálogo para resolver esses assuntos políticos. Antes pensávamos que a luta armada era a solução para os povos. Porém estamos vendo na Venezuela, na Argentina, no Brasil e na Bolívia que as democracias podem fazer transformações profundas, em busca de igualdade, justiça e dignidade para nossos povos. Eu tenho muito respeito pelos companheiros das FARC, mas eles deveriam deixar de lado os fuzis e brigar nas eleições. Nós dizemos aqui: “não às armas e sim às urnas”. Através das urnas podemos fazer profundas transformações. Sempre haverá algum grupo de oposição, é normal. Eu digo às vezes que os conservadores, os que têm maior poder de compra, nos atacam todos os dias. Vejo isso com muita felicidade, porque buscamos essa igualdade. Se os pobres saíssem contra o Evo seria muito diferente. Eu ficaria preocupado. Pensaria que não estaria fazendo nada por eles. Nem sempre podem se resolver os problemas sociais, mas com as experiências que estamos vivendo na América Latina, eu ainda sinto que presença das FARC na Colômbia justifica a presença dos militares, ou a presença dos norte americanos na Colômbia, portanto na América do Sul. Isso precisa mudar. Meu pedido é que nós, presidentes, façamos um esforço junto ao presidente da Colômbia, através do diálogo e acordos políticos, para evitar um conflito entre nossos povos.

HERÓDOTO
Presidente, na sua avaliação, depois desse recente confronto entre Equador, Colômbia e Venezuela, com o rompimento de relações diplomáticas, depois o reatamento, o presidente Hugo Chavez perdeu um pouco de sua influência no Continente Sul-americano?

EVO MORALES
Não. Não sei se essa é uma opinião sua.

HERÓDOTO
É uma pergunta.

EVO MORALES
Para mim, depois de Fidel, ele aparece como outro líder com clareza de uma posição antiimperialista e acho que isso influi bastante. Eu lembro que aqui, quando o ex-embaixador disse: “não votem no Evo Morales”, muitos dirigentes e partidos de esquerda se juntaram e perguntaram: “Por que os Estados Unidos precisam dizer ‘não votem no Evo Morales’?”. Isso é a consciência do povo. A partir daí houve um crescimento, um sentimento de luta, pela dignidade, pela igualdade. Um sentimento para frear a soberba de alguns embaixadores e algumas autoridades dos Estados Unidos, não do povo norte-americano. Onde quer que eu vá, nos encontros e eventos internacionais, o presidente Chavez é o mais aplaudido, é o mais querido. Quem as pessoas mais querem escutar é o presidente Chavez. Talvez em outro nível diplomático exista outro pensamento, outra maneira de comunicação. Nessas cúpulas de chefes de Estado atuais ele é o presidente mais aclamado pelos movimentos sociais. Portanto eu acredito que o presidente talvez seja questionado por alguns meios de comunicação, ou por alguns presidentes e diplomatas. Porém os movimentos sociais do povo admiram-no. O que mais me fascina é que nossos povos não nos abandonam. Eu vejo duas coisas importantes nisso. Quando um dirigente estava antes em evidencia, e hoje é presidente e defende seu povo, ele vê também o povo defender seu líder ou seu presidente ou dirigente. Essa é a minha experiência. Para mim a história na liderança e na presidência se repetem. Agora há pouco comentávamos sobre a necessidade de implantar mais políticas sociais. É para isso que chegamos à presidência. É isso que permanentemente faz um presidente compromissado com seu povo. Esses presidentes são muito queridos pelo povo, não somente em seu país, mas em todo mundo.

HERÓDOTO
Presidente, uma pergunta sobre futebol. Quem foi melhor, Pelé ou Maradona?

EVO MORALES
Aí você me deixou contra a parede. Em seus tempos Pelé e novos tempos Maradona. Mas eu cumprimento o Maradona. Como qualquer pessoa, ele pode ter seus ideais, e é muito solidário. Essa solidariedade do Maradona é importantíssima, é algo seguramente sentimental o que vem do Maradona. Eu quero aproveitar essa oportunidade juntamente com os indígenas e negros, excluídos socialmente, para pedir a solidariedade do irmão e companheiro Pelé. É muito famoso certamente. Eu o vi em algumas revistas nos Estados Unidos, toda sua história me surpreendeu. Porém, quando os povos excluídos necessitam dos seus líderes, esses atletas, atletas como Pelé, devem estar junto do seu povo. Saímos desses setores e vemos que os atletas, os jogadores de futebol, pensam de outra maneira sobre a vida e sobre a humanidade. Inclusive os jornalistas esportivos, eu passei uma temporada com muitos amigos jornalistas esportivos. Não sabem muito de política, não lhes interessa. Mas eles se interessam em como divertir, esse é termo correto, o povo durante as transmissões de futebol pelo rádio e televisão, escrever. Porque o esporte é interação. Além desses campeões, desses campeonatos e troféus que são uma interação, esperamos contar também com o apoio do povo brasileiro. Do governo já recebemos bastante apoio, assim como de alguns times do Brasil. Seria para mim uma honra e ficaria orgulhoso do apoio do Pelé, pois nesse momento está quase ocorrendo um rompimento no esporte e, no entanto, todos apostamos na universalidade do futebol. Apoiamos essa universalidade até o momento em que vimos que a FIFA era maior que a ONU. Mas com esse tipo de decisão, não é possível que a FIFA fique menor que a ONU? Mas eu agradeço toda a solidariedade de toda a América do Sul, dos países, de algumas federações e associações ligadas ao futebol. Somente queremos que se respeite a decisão da América do Sul. Por que eles têm que impor isso de fora e de cima? É algo inaceitável. Aqui decidimos que cada país deve tomar sua própria decisão, aonde deve jogar sua seleção. Assim como a federação, associação de futebol do Brasil, que em 1993, quando ganhamos aqui por 2 a 1, levou a seleção boliviana a Recife. Não falamos nada e respeitamos a decisão deles. E fomos jogar em Recife. Foi uma goleada de 5 a 0 ou de 6 a 0, mas faz parte do território do Brasil e essa decisão soberana foi respeitada. Porém a decisão do povo boliviano e de qualquer país deve ser respeitada. Que seu povo decida onde irá jogar, que é o mais democrático e mais digno. Nossa luta agora será para que se respeite a decisão da América do Sul, não somente da Bolívia. Agradecemos essa decisão, por unanimidade, de rechaçar o veto e não aceitar a imposição da FIFA. Aqui não se joga, ou se elimina um país europeu ou de outras partes. É somente uma campanha pela defesa da universalidade do futebol.

HERÓDOTO
Presidente, uma última pergunta. Como será resolvido o caso dos quatro departamentos bolivianos que querem autonomia e marcaram uma consulta popular para o dia 4 de maio?

EVO MORALES
Somente um departamento que já programou a votação para 4 de maio, o de Santa Cruz. Os outros ainda estão se preparando. A autonomia com unidade, com solidariedade e com igualdade está garantida. A autonomia de separação, de divisão e de independência não será permitida. Sou presidente e tenho a obrigação de defender a unidade do país. No entanto, estamos fazendo todos os esforços para resolver isso através do diálogo. Tampouco podemos aceitar que haja autonomias à margem da legalidade, à margem da constituição. Mas o problema não é a autonomia, é o Evo Morales. Alguns grupos, cidades, alguns oligarcas, não aceitam isso. Como esse índio, esse camponês governa? Se eu não estivesse no palácio se esqueceriam da autonomia, porque novamente estes grupos se aproveitariam do governo central, como sempre se aproveitaram. Por que não falaram antes? Passaram tantos anos, temos 180 anos de presidentes e governos que garantiram autonomia. Por que justo agora querem mudar essa autonomia? Por que não garantiram autonomia em seu governo? Por isso não se trata de um problema de autonomia ou um problema econômico. Trata-se de um problema de cobiça e não aceitam, esses grupos, que um camponês, um dirigente sindical seja presidente da República. Esse é o assunto.

HERÓDOTO
Presidente, muito obrigado pela sua entrevista.

EVO MORALES
Muito obrigado e espero que não seja a última vez. Estou muito feliz com a entrevista. Acho que da próxima vez já entenderei melhor o português.
Gabinete Civil e as luzes da política
José Dirceu seria candidato natural à Presidência da República, caso não fosse derrubado pelo escândalo do Mensalão.

Desde que entrou no governo, Dirceu pensava só nisso. Conduziu todo processo de aliança do governo federal com esse fito. Foi com muita sede a pote e acabou, literalmente, pagando caro. Entrou e saiu da história pelas portas do fundo.

Agora, fala-se que a sua substituta na Casa Civil, a ex-guerrilheira Dilma Roussef, é a preferida do presidente Lula para lhe suceder a partir de 2011.

Não será tarefa fácil. Embora esteja muito bem junto ao eleitorado, Lula, ao que parece, não tem prestígio para eleger um poste. Está claro que, politicamente, a senhora Roussef é um poste órfão de voto e carisma.

Trazendo o jogo nacional para o campo local cabe lembrar o que fez ex-governador Jorge Viana. Conselheiro de Lula, o petista sempre teve atração para guindar seus chefes de Gabinete Civil para cargos eletivos. Fez isso duas vezes e obteve sucesso em ambas.

Jorge Viana, com o apoio dos seus companheiros dos partidos que formam a Frente Popular, conseguiu dar luz políticas a dois postes. Pessoas que jamais seriam eleitas sem aquela força que emana do carisma e do dinheiro.

O primeiro a ser iluminado foi o atual prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim.

Em 2000, Angelim saiu do gabinete ao lado do governador para concorrer a prefeito. Perdeu para o peemedebista Flaviano Melo.

Ao contrário do que se imaginava para um cidadão chamado de técnico, manteve-se na política. Protegido pelo falecido Programa Adjunto da Solidariedade foi eleito o deputado estadual mais bem votado em 2002.

Angelim nunca assumiu efetivamente o mandato. Permaneceu no governo e abriu vaga para um suplente. A meta era concorrer novamente à prefeitura. Foi o que aconteceu. Venceu a disputa em 2004 e tentará a reeleição em outubro.

Está provado que o técnico Angelim gosta de concorrer na política. Será a sua quarta disputa em apenas oito anos.

O outro poste eleito por Jorge Viana que também era seu chefe de Gabinete Civil foi Geraldinho Mesquita.

Filho de um ex-governador, Mesquita foi carregado para o Senado. Mas, chegando a Brasília, não aceitou que o seu mandato fosse conduzido pelos seus apoiadores. Quis ter mais luz do que seus geradores. Acabou ficando apagado politicamente.

Será que Lula aposta em Dilma Roussef para continuar mandando? Será que ela, caso seja eleita, se comportará como Angelim, que se mantém à sobra dos seus mentores políticos, ou tentará comportamento de Mesquita?
Entrevista imperdível

Vale a pena ler a entrevista que a viúva de Chico Mendes, Ilzamar Mendes, concedeu ao jornalista Altino Machado – www.altino.blogspot.com.

Ela fala coisa que todos sabem, mas não têm coragem ou espaço para falar. A censura se faz presente no Acre como nunca na sua história.

Entre as muitas declarações da senhora Mendes, uma das que mais reflete o momento hora vivido é quando foi pergunta sobre como seria tratada uma pessoa que surgisse com as atitudes de Chico Mendes:

- Eu teria até pena. Fariam qualquer coisa para eliminar essa pessoa. Mas elas existem. Se não são ouvidas, se não têm voz, é porque as pessoas que estão no poder não dão voz a essas pessoas. Mas ainda existem pessoas que querem dar continuidade aos ideais do Chico e que não têm voz e não são ouvidas..

sábado, 29 de março de 2008

Hora da feiraSobre os carrinhos, o supermercado anuncia que vende no atacado e no varejo. Para facilitar a vida dos clientes, também faz entrega em domicílio.

Mas, como não têm comida em casa – muitos não têm nem domicílio –, os meninos fazem a feira tentando encontrar as sobras no lixo.

Pelo jeito, esses meninos não têm nem bolsa nem escola. Falta menos de três anos para o governador Binho Marques transformar o Acre no melhor lugar para se viver. Desse jeito será difícil.

A imagem é de Odair Leal.
Varadouro on-line
A partir desta segunda-feira, o site da Biblioteca da Floresta Marina Silva -
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca - disponibilizará a coleção completa do histórico jornal Varadouro.

Será publicada uma edição por mês. O internauta poderá fazer download e montar sua própria coleção. São 24 edições.
A loucura do Galo

É triste ficar sabendo que, no ano em que completa 100 anos de existência, o Atlético Mineiro tenha parte da sua torcida ostentando a figura de um apoiador do nazismo como símbolo.

O pessoal da Galoucura só poderia estar louco quando decidiu idolatrar o ditador boliviano René Barrientos (1964/69). O homem que matou Che Guevara foi homenageado por meio de bandeira, camisas e funk.

Barrientos também empregou ao criminoso nazista Klaus Barbie como assessor do serviço de inteligência da Bolívia.

Leia no blog do Edvaldo.


Delegacia sujaA delegacia de Epitaciolândia foi reprovada pela Vigilância Sanitária.

O local foi considerado impróprio para trabalho. É o que informa o jornalista Alexandre Lima. Leia aqui.


sexta-feira, 28 de março de 2008

Herói cruzeirenseEstá mal cuidada a homenagem feita a Gregório Taumaturgo de Azevedo, em Cruzeiro do Sul.

De cabeça baixa, o herói cruzeirense deve lamentar o abandono.

Há muita sujeira. Os bancos e luminárias estão quebrados. No local também estão enterrados documentos e objetos que marcaram as comemorações do centenário do segundo maior município acreano.

É triste ver que deveria cuidar de algo tão importante permanecer imóvel como uma estátua
Negócio engrenou, mas atolou
As empresas Real Norte e ETCA tinham formalizado o contrato de compra e venda para a primeira ficar comando praticamente sozinha o transporte coletivo em Rio Branco. Houve acordo verbal e por meio de assinaturas.

É o que aponta o documento que você está vendo agora.

O pessoal da prefeitura afirma que não há impedimento para que uma empresa absorva a outra, desde que o poder público seja comunicado. Não tinha sido até estourar a denúncia sobre a transação comercial.

O negócio é que, se o serviço de transporte coletivo deixa a desejar com várias empresas operando, apenas com uma ficará pior ainda.

A prefeitura, por mais que seja legal, não pode permitir uma coisa dessas, principalmente porque ainda paira sobre o prefeito a suspeita de que sua campanha foi patrocinada pelos proprietários da Real Norte.

Todo mundo lembra da história do avião com as camisetas. E quem anda de ônibus são os famosos descamisados.
Casamento gay e decisão do STJ


Germano Marino e Denis Tuesta não suportaram à pressão e choraram no cartório.

Foram alvo de preconceito das demais pessoas que estavam no local, que queriam reconhecer firma.

Um deles chegou a perguntar quando o casal iria ter filho. Esse tipo de atitude é crime.

Pressão à parte, o casal trocou beijo e troca de aliança para celebrar a união.

O casal acreano assinou o contrato num momento oportuno.

Dia 4 de abril, três dias após o Dia da Mentira, o STJ decidirá se aceita que a primeira instância do Judiciário julgue o reconhecimento de união estável entre homossexuais. É a primeira vez que a corte analisa o caso sob a ótica do direito de família.

Esse julgamento havia sido interrompido por um pedido de vista do ministro Massami Uyeda.
Até agora, dois ministros votaram ao contrário e um favorável. Por enquanto, a união entre homossexual é reconhecida sob o aspecto patrimonial. Leia mais aqui.

A fotos são do craque na fotográfica Marcos Vicentti





Reprodução sem crédito
O pessoal da editoria do jornal A Tribuna passou aqui pelo blog e copiou a matéria sobre a assinatura de contrato de união estável entre dois homossexuais.

Com tino jornalístico apurado, trataram de manchetar o fato. Não queriam levar o furo. Leia aqui.

Nada contra a reprodução, mas os editores poderiam dar ocrédito à fonte.

O jornal O Rio Branco também fez a reprodução. Ai a situação foi pior. Deram o crédito como se o editor do blog fosse funcionário da empresa. Um empregado do senhor Narciso Mendes. É ruim, hein? Veja.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Amor gay

Casal homossexual formaliza
contrato de união estávelO sociólogo Germano Marino, 29, e o nutricionista Denis Cláudio Tuesta, 23, se conheceram durante um congresso em Manaus (AM). Representavam seus respectivos estados num evento que debatia questões relacionadas aos gays, lésbicas, travestis e transexuais.

Ativistas engajados, logo perceberam que tinham algo em comum além da causa que defendem. Depois de muita conversa, se apaixonaram. Estão juntos há seis meses.

Nesta sexta-feira, 28, a partir das 10 horas, Marino e Tuesta vão dar mais um passo para formalizar a união. Irão ao cartório central de Rio Branco assinar o primeiro contrato de relação estável do Acre por pessoas do mesmo sexo.

“Essa é uma forma de garantir os nossos direitos. É um contrato que especifica os nossos bens comuns e não-comuns”, explica.

Marino adianta que esse é um primeiro passo para que os dois requeiram na Justiça o reconhecimento da união estável, pleito este que já foi reconhecido em outros estados brasileiros, tendo como ponto de partida o Rio Grande do Sul.

Segundo Marino, para o reconhecimento da união estável é necessária uma série de provas, que vão desde as testemunhais às documentais, como a comprovação de dependência na declaração no Imposto de Renda.

Mas, mesmo assinando o contrato, Germano Marino e Denis Cláudio Tuesta não passarão a morar sob o mesmo teto imediatamente. O nutricionista é funcionário da Funasa em Tabatinga (AM). A previsão é que isso ocorra dentro de dois meses, quando deverá sair a sua transferência para Rio Branco.

“Por enquanto, nos encontramos de dois em dois meses. Caso não conseguia a transferência, ele pedirá a demissão, haja vista que seu contrato é provisório”, revela o sociólogo.

Marino, que é presidente do Núcleo de Direitos Humanos e Combate a Homofobia, explica que ele e o seu parceiro resolveram tornar a decisão de tornar pública a assinatura do contrato para mostrar o caminho às outras pessoas do mesmo sexo que mantém relações estáveis, mas não conhecem os caminhos para procurarem os seus direitos.

“É importante que essas pessoas tomem conhecimento, por meio dos veículos de comunicação, que seus direitos e a suas cidadanias podem ser garantidas por meio da lei”.

Marino revelou que irão passar a lua-de-mel em Rio Branco.


Pinto, pizza, marmelada e churrascoNão deu para quem quis as pizzas distribuídas ontem pelo vereador Rodrigo Pinto (PMDB). Foram comidas mais rápidos do que xerém servido a pinto de granja.

Se Rodrigo Pinto levou pizza, Luiz Anute (PPS) optou pela marmelada. Chegou à Câmara com os doces num saco do Supermercado Araújo. Eram seis latas.

Resta saber se comprou ou se ganhou a título de doação dos seus primos, que são proprietários do estabelecimento.

Para a alimentação ficar completa. Faltou Bete Pinheiro (PPS) levar a carne para o churrasco. A vereadora é de uma família de pecuaristas.

A foto é de Damião Castro



Todos por aumentoFuncionários do Ministério Público Estadual paralisaram as atividades hoje.

Querem reposição salarial acumulada ao longo dos anos.

É uma pauta de reivindicação extensa, mas o foco mesmo é o salário.

Aumento de salário é uma coisa que todos queremos, até os promotores e procuradores.

A foto é de Damião Castro.

Aristides na defesa
É intrigante a contratação do escritório ex-procurador-geral da República, Aristides Junqueira para defender o Deracre.

É sabido que o Estado paga muito bem aos seus procuradores para lhe defender na Justiça.

Uma contratação dessas só se justifica se os nobres procuradores não tiverem competência para tal mister.

Em seu blog, o deputado Luiz Calixto (PDT) traz cópia da publicação feita no Diário Oficial do Estado. Leia aqui.
Tchê e os bezerros
O deputado Luiz Tchê (PMN) demonstra preocupação com a saída dos bezerros do Acre.

Afirma que os pecuaristas também estão preocupados.

O parlamentar prevê que essa situação poderá ocasionar, em breve, um colapso no abastecimento de carne no Acre. Gaúcho entende de carne. Leia mais no blog do Tchê.
Altino rosasO Altino Machado também é rosas. Repare na cor do seu notebook.



Petecão nas comissões
Sérgio Petecão (PMN) foi escolhido vice-presidente da Comissão da Amazônia da Câmara de Deputados, que é presidida pela deputada Janete Capiberibe.

O deputado federal acreano também é membro titular da Comissão de Orçamento e Finanças, uma das mais importantes da casa.
Telefonema do ministro
Luiz Calixto não foi recebido por Carlos Lupi, em Brasília.

O ministro do Trabalho não tinha tempo na sua agenda. O deputado, no entanto, não voltou de mãos abanando.

Logo que ficou livre dos seus compromissos, o presidente licenciado do PDT telefonou ao parlamentar acreano.

Falaram cerca de meia hora.

Calixto foi orientado a tocar sua campanha a prefeito de Rio Branco.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Aleac sitiada Hoje pela manhã, a Aleac foi sitiada por policiais militares. Foi uma ação de paz.

A tropa foi acompanhar a aprovação dos projetos que fixa o efetivo da Polícia Militar em 4.616 homens e o que reformula o quadro organizacional da instituição.

As aprovações, embora criticadas por parte da corporação, foram consideradas avanços.

Amplamente debatidos com os representantes dos policiais, os projetos não seriam aprovados sem os votos da base aliada.

Mas, curiosamente, a única deputada aplaudida foi Idalina Onofre (PPS), que fez críticas ao governo.

As palmas querem dizer muito mais do que se imagina. É um aviso da insatisfação nos quartéis.

Não deixa de ser estranha tanto insatisfação. Afinal, nos últimos 25 anos, foram feitos apenas dois concursos para contratar soldados para a Policia Militar. Ambos no governo Jorge Viana.

Viana contratou 700 homens. Ocorre que muitos largaram a farda. Passaram em concursos que paga melhor e têm menores riscos.

Reduzido, o efetivo será reforçado agora com a contratação de mais 1.000, sendo 400 policiais voluntários, que realmente desenvolveram as atividades para as quais serão contratados.

Há mais notícia boa para as polícias Semana que vem deverá chegar à Aleac o projeto que garante autonomia para os quartéis e delegacias. Será como na Educação e na Saúde.

É um modelo de gestão descentralizada. Será um avanço gigante, ma dará mais responsabilidade aos gestores. As unidades terão mais autonomia e capacidade de interagir com o cidadão.

Em meio à noticias boas, vem a preocupante. Até o fim do governo de Binho Marques, as remanescentes da primeira turma de policial militar feminino se aposentarão. Será mais uma baixa no efetivo.

A foto é de Damião Castro


Calixto em Brasília
Neste exato momento, o deputado estadual Luiz Calixto está na ante-sala do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT.

Está acompanhado dos deputados federais Sérgio Petecão (PMN/AC) e Chico Tenório (PMN/AL).

Calixto tenta impedir que os pedetistas acreanos embarquem na FPA e apoiem a candidatura do prefeito petista Raimundo Angelim à reeleição.

Antes da audiência com Lupi, o deputado conversou com os deputados federais Paulinho da Força (SP) e Vieira da Cunha (RS).

O parlamentar paulista e o gaúcho não gostaram da decisão da direção local. Disseram que os pedetistas acreanos estão indo de encontro à decisão partidária, que é a de lançar candidaturas a prefeitos em todas as capitais.

Vieira da Cunha é o presidente nacional em exercício e líder do partido na Câmara dos Deputados. Ele ficou de ajudar o parlamentar acreano na sua empreitada.

É justa a peregrinação da Calixto, mas ele tem seus pecados. Um dos principais é que nunca teve uma vida partidária orgânica.

Usava o horário eleitoral do partido ao bel-prazer. Esse foi um dos motivos de o vereador Rodrigo Pinto trocar o PDT pelo PMDB. Será preciso mudar a conduta.

Estacionamento de navio
O povo do Juruá espera ansioso pela conclusão da BR-364, mas o rio continuará tendo importância fundamental nas vidas dos juruaenses. É por ele que tudo chega e parte.

As crianças aprendem desde cedo a manobrar os barcos. Não há carteira de motorista. Mas o garoto conseguiu levar perfeitamente a embarcação ao estacionamento.

O repórter fotográfico Odair Leal registrou o momento.

Mudanças no Basa
A direção-geral do Banco da Amazônia (Basa) está fazendo uma mudança geral nas lotações dos gerentes na região.

O Acre não ficou de fora. O gerente de Tarauacá assumirá a agência-centro em Rio Branco. O gerente desta agência passará a comandar a agência-matriz.

O gerente de Sena Madureira será transferido para Xapuri. E a de Xapuri para Tarauacá.

Mas, de todas as mudanças, a de maior impacto será da gerente da agência-matriz, Leuda Gallo. Ela irá para Brasília. Até políticos de renome nacional ficaram insatisfeitos.

Essas insatisfações dos políticos são meio descabidas. Afinal, não houve o empenho devido para que o Acre ficasse, ao menos, com uma diretoria no Basa. O indicado era o professor-doutor Ermício Sena.
A verdadeira
fala do César Acabei de falar com o vice-governador, César Messias (PP), por telefone.

Ele telefonou para esclarecer a frase creditada a ele, onde teria declarado que Raimundo Angelim faz uma boa administração em Rio Branco porque não tem projeto político.

Messias afirmou que, no seu discurso durante a entrega do Prêmio Prefeito Empreendedor, primeiro lembrou do momento histórico vivido pelo país e o Acre, em particular.

“Antes, os Estados Unidos tinham uma gripe, nós já estávamos com pneumonia. Hoje, eles estão doentes na economia e o Brasil não sentiu nada”, declarou.

O vice-governador lembrou que o Acre também vive um momento como nunca na sua história, principalmente pelo respaldo dos seus representantes em Brasília e da união da bancada estadual.

Quanto a Angelim, frisou que o prefeito não tem, na verdade, um projeto político individual. Foi uma clara alfinetada no deputado federal Sérgio Petecão (PMN), que disputará com o petista as eleições pela prefeitura da capital.
Entrada oficial

Concretizada a entrada do PDT na base de apoio ao governo e ao prefeito, também será confirmada a entrada oficial do suplente de deputado federal Narciso Mendes na FPA.

Narciso Mendes foi, durante muitos anos, o maior opositor do Governo da Floresta. Mas, já na campanha, o então candidato a governador Binho Marques declarou que lhe amava. Não estava falando da boca pra fora.

Essa é uma adesão que não surpreende. O pessoal que está no poder gosta de governar com o pensamento único. Quanto menos opositores tiver, melhor. O slogan é: deixem que falem de mim, desde que falem bem.

Quem acompanha a política local sabe que os opositores de outrora não mudaram. Esses sempre estiveram ao lado de quem lhes favorecem. Quem mudou muito foram os partidos ditos mais ideológicos da FPA.

As mudanças foram muitas. A mais profunda, no entanto, se deu em 2006. Temendo perder as eleições porque Binho Marques era eleitoralmente fraco, a FPA trouxe Orleir Cameli para o seu palanque. Escancarou um acordo que antes ficava restrito aos encontros nas madrugadas cruzeirenses.

Bem, todo acreano sabe o que Orleir fez no nosso Estado. Misturou o público com o privado, num prejuízo sem precedente para a sociedade. Os funcionários ficaram sem os seus os seus salários. O patrimônio do ex-governador, que era robusto, se robusteceu ainda mais.

Diante de tanta mudança, um Narciso a mais ou a menos não é feio da para quem tem projeto de ficar eternamente no poder.

terça-feira, 25 de março de 2008

Merla pode melar
unidade da FPA
Ao reivindicar na Justiça o mandato de Josemir Anute (PR), o petista Merla Albuquerque poderá abrir um fosso gigante na FPA, principalmente se a direção do PT não agir com o devido rigor. Pode, inclusive, melar a unidade da coligação no futuro.

Embora o presidente regional do PT, Leonardo Brito, tenha dito que essa é uma ação individual do suplente de deputado, fica uma pequena demonstração do jeito petista de tratar aliados.

Josemir Anute assumiu no dia 30 de janeiro deste ano. Substituiu a ex-deputada Naluh Gouveia, que deixou o PT, o Parlamento e a vida política para assumir o cargo de conselheira de Tribunal de Contas do Estado.

A saída de Naluh Gouveia do PT foi lamentada por todos os seus companheiros, que lhe fizeram várias homenagens. Houveram choros e aplausos.

Anute era o seu suplente imediato.

Infelizmente, embora pareça, Merla Albuquerque não age tão individualmente como teimam em querer convencer os dirigentes petistas.

O senador-suplente Sibá Machado fez uma consulta ao Tribunal Superior Eleitora para saber como seriam distribuídas as vagas dentro de uma coligação, caso um parlamentar de determinado partido pedisse desfiliação. O fato foi amplamente divulgado na imprensa local.

Sibá Machado não é qualquer um. Foi presidente regional do partido até o mês passado. E ele não está sozinho.

Há outros caciques que falam privadamente que o mandato será de Merla Albuquerque. Não vêm a público porque sabem o tamanho do estrago que uma declaração sua poderá causar.

Merla Albuquerque é filho do prefeito de Feijó, Francimar Fernandes.

Uma eventual posse do filho do prefeito é vista como uma forma de resolver o problema eleitoral em Feijó. É uma interpretação equivocada.

Com um deputado na família, Fernandes, que se considera o dono do município que administra, ficará ainda mais forte. A tendência é que fique ainda mais intransigente.

Por outro lado, uma eventual perda de mandato de Josemir Anute terá conseqüências graves no futuro. Ficará difícil o PT arranjar aliados que acreditem nos seus bons propósitos.

E o PT não é tão grande sem os aliados. Isso ficou provado desde 1990, quando o Jorge Viana começou a trabalhar a construção da FPA.

Anute faz parte de uma coligação.É de um partido da FPA.

Quando começou toda essa história, o presidente da Assembléia Legislativa, Edvaldo Magalhães (PC do B), se posicionou firme.
Leia aqui.

A direção regional do PT também se manifestou.
Leia aqui.

Magalhães avisou que o mandato de Anute será defendido em todas as instâncias da Justiça. Pela mesa diretora da Aleac.

A mesa diretora é representada juridicamente pela Procuradoria-geral do Estado.

Vai ser interessante ver petistas lutando na Justiça contra procuradores de um Estado governador pelo PT.





A fala do vice-governador
desagrada aos políticos
Não repercutiu bem entre a classe política a declaração do vice-governador, César Messias, de que o prefeito Raimundo Angelim está fazendo um bom governo porque não tem projeto político.

Um dos que telefonou ao editor do blog para manifestar sua insatisfação foi o deputado federal Fernando Melo (PT/foto). Os comentários negativos não ficaram restritos ao parlamentar.

Melo não deixa de ter razão em ficar insatisfeito. Afinal, é político.

César Messias foi infeliz. Ele é o exemplo de que é possível fazer uma grande administração tendo projeto político.

O vice-governador foi um excelente prefeito de Cruzeiro do Sul. Está entre os melhores da história do município. E não vai sair da política tão cedo.
Dia de paralisação

Servidores municipais preparam uma manifestação para esta quarta-feira.

Querem pressionar o prefeito Raimundo Angelim a conceder um aumento salarial acima da capacidade financeira da prefeitura.

O poder público municipal oferece 5,21%, a titulo de reposição das perdas.

Tentar pressionar o prefeito num período que antecede as eleições é estratégia errada. Não tem hora mais imprópria para isso.

Para piorar a situação, há dirigentes sindicais tentando se cacifar para se eleger vereador. É ai que o movimento fica ainda mais desmoralizado.

Essa paralisação perde força porque não contará com a adesão dos trabalhadores em Educação.

Hoje à tarde, a direção do Sinteac aceitou a proposta de 5,21%. Apenas três sindicalistas votaram contra. Foram votos vencidos.
A pizza do Pinto

Rodrigo Pinto (PMDB) encomendou 15 pizzas – o número do seu partido - para distribuir à população nesta quinta-feira, 27, na Câmara de Vereadores.

Os sabores serão de calabresa e mussarela. Não haverá de frango nem de pinto.

O vereador protesta contra apenas a ida do superintendente da RBTrans, Ricardo Torres, para explicar sobre as concessões no transporte coletivo da capital.

Há duas semanas, Rodrigo Pinto apresentou requerimento solicitando as presenças, além de Ricardo Torres, dos proprietários das empresas de transporte coletivo.

A solicitação do peemedebista foi derrubada. A base aliada aprovou somente o requerimento de Pascal Khalil (PC do B), propondo a presença apenas do representante da administração municipal.

Ao saber da distribuição de pizza, o líder do prefeito, Márcio Batista (PC do B), ironizou: “Não é aconselhável antecipar o almoço. A população não paga o vereador para ele ficar comendo fora do horário”.
Diferença de cidades

Semana passada, o editor do blog visitou Tarauacá e Feijó.

Um município é administrado pelo progressista Vando Torquato.

O outro pelo petista Francimar Fernandes.

A diferença na forma de administrar é gritante.

Os feijoenses têm que cuide da cidade.

Os tarauacaenses, não.

Veja as imagens e tire as conclusões.






Natureza teimosaA natureza é forte.

Mesmo nas toras das árvores derrubadas, outra árvore teima em querer crescer.

Não é manejo propalado pelas madeiras. É luta pela vida.

É como se a floresta tentasse renascer em terra não fértil.

Brota dela mesmo, num aviso para os que teimam em demastar.

A imagem foi captada pelo repórter fotográfico Marcos Vicentti, no pátio de uma madeireira em Rio Branco.



Mesa diretora da Aleac
defende Josemir Anute

Falando pela mesa diretora da Aleac, o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B) se posicionou sobre a disputa judicial envolvendo o deputado Josemir Anute (PR) e o suplente Merla Albuquerque (PT).

Como presidente do poder, Magalhães afirmou ter obrigação de fazer esclarecimentos. Um deles é que Anute foi empossado por ter o diploma do TRE de primeiro suplente da FPA, nas eleições de 2006.

“Agimos de acordo com a legislação. O detentor do direito não teve um minuto de prejuízo”, comentou.

Magalhães declarou que a mesa diretora vai se orientar por sua convicção e que a defesa do mandato de Josemir Anute será feita, em todas as instâncias, pela Procuradoria-geral do Estado.


“Penso que não se deve ter dúvida de quem pertence o mandato. É muito difícil chegar até aqui. Somos vinte quatro escolhidos pela população acreana”, salientou.

O presidente da destacou que a legislação eleitoral não sofreu mudanças e não dá para querer mudar as regras com o jogo em andamento.

Sobre a interpretação de que o mandato que foi da ex-deputada Naluh Gouveia pertenceria a um outro candidato do PT, o comunista informou que o TRE do Rio Grande do Sul entendeu que os mandatos pertencem à coligação. Foi uma decisão por unanimidade.

Quanto à saída de Naluh Gouveia do PT, que foi classificada pelos advogados pela Merla Albuquerque, de indevida, o presidente da Aleac disse que é algo sem sentido, haja vista que a ex-parlamentar deixou o partido sob aplausos e lágrimas dos seus companheiros, que apoiaram sua decisão de concorrer à uma vaga de conselheira no Tribunal de Contas do Estado.

“Não há motivação para a e mesa diretora titubear acerca de quem é o mandato”.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O preço do PDT
O presidente estadual do PDT, Edilberto Saraiva, poderá assumir a direção da Delegacia do Ministério do Trabalho no Acre.

Substituirá o auditor fiscal Manoel Neto, que também é filiado ao PV.

Um dos de Saraiva conseguiu emprego em Brasília. Teve padrinho forte para isso.

Em nível nacional, a pasta é comandada pelo presidente pedetista, Carlos Lupi. É normal que o partido queria porteira fechada.

Aqui no Acre, o partido caminha para retornar à Frente Popular.

Prevendo o isolamento, o único deputado do partido no Estado, Luiz Calixto (foto), se declarou candidato a prefeito de Rio Branco. O parlamentar é opositor à administração estadual.

Para tentar impedir a mudança de lado dos pedetistas, Luiz Calixto deve conversar nesta terça-feira, em Brasília, com lideranças do PDT nacional.

Um dos seus interlocutores será o deputado federal Paulinho Pereira (SP), o presidente da Força Sindical.
O domicílio do DedaDeda Amorim (PP) mora nesta bela casa na entrada de Rodrigues Alves.

Prestes a terminar o segundo mandato, o prefeito do município trocou de domicílio eleitoral para tentar concorrer a cargo semelhante em Cruzeiro do Sul.

Não tem chance de ser escolhido pelo seu partido para entrar na disputa.

Talvez, se tivesse levado a casa junto, fosse ungido pelos progressistas do Juruá.

O Jejum do Lhé
Desde domingo à noite, Abrahim Lhé Farhat está em Jejum.

Não faz parte de ritual religioso pela passagem da Semana Santa.

O velho militante petista e das causas dos direitos humanos protesta contra a possibilidade de a sua mãe, dona Silvia Maluf Farhat, 86, ser novamente inquirida no Ministério Público Estadual.

Como fora publicado aqui no blog, Lhé foi denunciado por uma das suas irmãs de brigar constantemente com o seu irmão Jorge, causando constrangimento e desconforto à sua mãe.

Dona Silvia, que sobre do Mal de Parkinson, foi ao Ministério Público e, mesmo passando mal, desmentiu a denúncia.

“Se fizerem isso novamente, vão matá-la”, afirma Lhé.

Super CariocaA que ponto chegou o sindicalismo acreano. Quinta-feira, os sindicalistas vão se encontrar para debater formas para encontrar uma tática que possibilite negociar com o assessor político do governo Carioca Nepomuceno.

Carioca não tem mandato, nem nome de secretário, mas faz tremer seus interlocutores na mesa de negociação.

Esses sindicalistas deveriam, antes de tudo, encontrar a melhor forma de dialogar com as bases. Agindo assim, teriam mais força para reivindicar.

Leia abaixo release enviado pela assessoria do Sindicato dos Urbanitários:

Sindicalistas vão debater tática para negociar com Carioca

A diretoria do Sindicato dos Urbanitários está convidando para uma reunião em sua sede nesta quinta-feira às nove horas os dirigentes de todos os outros sindicatos e entidades representativas dos servidores públicos estaduais.
O sindicalista Francisco Adamastor explica que o objetivo da reunião é discutir uma tática para que o assessor político do governo, Francisco Nepomuceno, o Carioca, os receba para negociar um Acordo Coletivo.
“Desde 2006 que não conseguimos sentar para negociar com o Carioca”, afirma a sindicalista Maria José Lima de Souza.
“As entidades não têm sido recebidas pelo assessor político desde o governo anterior. A preocupação do sindicato é que estava marcada uma reunião para fevereiro, mas foi adiada. Agora estamos no fim do mês de março sem nenhuma resposta para levar aos trabalhadores a respeito dos acordos coletivos. Não vemos outra forma de convencê-lo a dialogar que não seja através de uma união de todos os sindicatos”, afirmou Marcelo Jucá, presidente dos Urbanitários.


Mercado do Peixe
As obras de reforma e reforço estrutural do Mercado do Peixe, em Cruzeiro do Sul, foram iniciadas em julho do ano passado.

O prazo para conclusão seria de 60 dias. Passado quase um ano, o prédio está incluso.

E a senhora Zila Bezerra (PTB) ainda pretende conseguir um segundo mandato para administrar a segunda maior cidade do Acre. Besta será o povo, se lhe conferir mais quatro anos de mandato.


Gasolina em Cruzeiro do Sul
Não e fácil andar de carro em Cruzeiro do Sul. O preço do produto assusta qualquer consumidor.

Mas, os proprietários dos veículos sempre dão um jeitinho. Sabem que pior mesmo é subir e descer as ladeiras do município a pé.



domingo, 23 de março de 2008

Armaram para o Semy

O governador do Mato Grosso do Sul, André Pucinelli, armou para o diretor-presidente do Saerb, Semy Ferraz.

Ferraz era deputado naquele Estado e teria feito várias denúncias contra Pucinelli, quando esse era prefeito de Campo Grande.

A reportagem falando sobre a armação foi publicada no Correio Braziliense e está reproduzida no blog do deputado Edvaldo Magalhães.
Leia aqui.
Chagas Batista e Jasone selam pacto
pela unidade da FPA em Tarauacá
O ex-vereador Chagas Batista e o ex-prefeito Jasone Silva (PT) selaram um pacto pela unidade da Frente Popular do Acre (FPA) nas eleições municipais deste ano. Tanto o comunista quanto o petista são pré-candidatos a prefeito de Tarauacá, mas afirmam que não vão disputar entre si pela indicação de quem será o cabeça da chapa que concorrerá à sucessão de Vando Torquato (PP).

“Nunca definimos nome de candidato a prefeito ou a vice. Estamos conversando para mantermos a nossa unidade”, declarou Jasone Silva.
Segundo Silva, as conversas que vêm sendo mantidas entre ele e Chagas Batista visa montar um programa que tenha afinidades com a FPA em nível estadual e com o governo federal.

O ex-prefeito argumentou que há muitas conversas envolvendo o seu nome e do ex-vereador comunista porque os adversários da FPA têm interesse em desestabilizar a coligação.

Os argumentos do petista encontram eco nas palavras do comunista, que resumiu: “Nossos adversários estão mais interessados em definir a nossa chapa do que a gente. No momento certo faremos o anúncio. Por enquanto, vamos conversar bastante”.

Batista e Silva lembraram que participam de partidos que têm vida orgânica constantes, com organização, estrutura e base. “Existem partidos que abrem os seus diretórios apenas no período da eleição. O nosso não é assim”, comentaram.

Ao selarem o pacto, comunistas e petistas poderão retomar uma aliança quebrada após as eleições de 1996, quando Jasone Silva foi eleito prefeito, tendo como companheiro de chapa o hoje deputado estadual Moisés Diniz (PC do B).

Com o rompimento dos partidos, Silva foi reeleito em 2000. Ao seu lado como vice-prefeito estava o atual ocupante do cargo Vando Torquato (PP).
Em 2004, os partidos novamente entraram nas eleições separados. O PT não lançou candidato à sucessão de Jasone Silva. Preferiu apoiar o ex-deputado estadual Chico Sombra. O PC do B concorreu com Chagas Batista, que ficou em segundo lugar.

Sem ganância pelo poder
Chagas Batista afirmou que ele e Jasone Silva têm em comum o fato de não terem ganância pelo poder. Segundo o comunista, ambos só concorreram a cargos públicos porque foram convidados pelos seus partidos. “Fui vereador por três oportunidades para cumprir uma missão delegada pelo o meu partido. Com Jasone foi a mesma coisa”, disse.

O ex-vereador advogou que o candidato a prefeito da FPA em Tarauacá deve sair sem imposição, mas por meio de muito diálogo entre os partidos da coligação e sem arrogância.

“Temos tudo para fazermos um trabalho pelo município melhor do que está fazendo a atual administração”.

Sobre as divergências registradas entre comunistas e petistas na primeira gestão de Jasone Silva como prefeito (1997/2000), Batista declarou que não há interesse em debater o passado como forma negativa, mas como exemplo a não ser seguido no futuro.

“O que aconteceu foi falta de maturidade. Todos nós aprendemos com os nossos erros. E não vamos mais errar”.

Jasone Silva destacou que a unidade da FPA é algo que todos os partidos querem porque a atual administração de Tarauacá não tem projeto que contemple aos anseios da população.

Silva admitiu que a unidade não será fácil de ser conquistada porque, segundo ele, sempre vai ter alguém querendo puxar o debate para um campo que lhe interesse, mas há tempo suficiente para conseguir encontrar o caminho ideal por meio do diálogo.

“O mais importante é que não queremos o poder pelo poder. Queremos, sim, melhorar o nosso município. Não vou impor meu nome para nada. Temos também três vereadores, que podem pôr os seus nomes na mesa”.
Um Povo que escapou de ser dizimado

Os katukinas são um povo que mora ao longo da BR-364, próximo ao Rio Liberdade.

Eram cerca de seis mil nas décadas de 50 e 60. O contato com os brancos, as doenças e as correrias quase dizimaram a nação indígena.

No início da década de 70, restaram apenas 60 índios.

Hoje, o povo luta para continuar vivo e defender as tradições. Entre si, falam o dialeto do tronco pano. Afirmam que só passaram a vestir roupa porque os padres disseram que seria pecado andar nu.

Já são 550. É um povo jovem. Muitos são crianças e adolescentes. Dizem não ter medo da estrada, mas querem preservar sua cultura.

Dos antigos, restam apenas dois. Um é José da Silva Katukina, que completa 87 anos no dia 21 de abril. O outro é Bahia Paixão Katukina, que afirma, com voz baixa, ter quase 100 anos.

Tive o privilégio de encontrar esses dois personagens da nossa história na BR-364. Não podia deixar de tirar um foto com ele. As fotos são do repórter fotográfico Odair Leal