segunda-feira, 31 de março de 2008

O dia do golpeEste senhor que você está vendo, caro leitor, é o sociólogo Hélio Koury. Quase aos 80 anos, sofre de Mal de Parkinson, mas, quando jovem, não tremeu diante do golpe militar de 1964.

Hoje, completa 44 anos do início de umas das fases mais complicadas da nossa história. Pela atrocidades cometidas nos 21 anos que os militares mandaram e desmandaram, não há como esquecer o que foi feito nos porões da ditadura.

Hélio Koury tentou implantar a alfabetização usando método Paulo Freire. Esse foi o seu principal crime.

Naquela época, ele avaliara que o Exército não teria força para derrubar o presidente João Goulart.

Acreditava que os movimentos de esquerda e populares estavam fortalecidos o suficiente para pôr as massas na rua, em caso de uma tentativa de golpe. Errou feio.

O sociólogo passou 40 dias presos sob a acusação de subversão no Cassino dos Oficiais. Tinha como companheiro de cela o então defensor público Adherbal Maximiliano, Ariosto Miguéis e José Brasil.

Numa entrevista que concedeu ao editor do blog, Hélio Koury afirmou que o coronel Edgar Cerqueira teria bebido quando pôs a tropa em frente o quartel da Polícia Militar, foi à Assembléia Legislativa, subiu até onde tinha uma reunião de deputados e exigiu a renúncia do governador José Augusto de Araújo.

“Ele meteu os pés na porta. Os deputados tremiam de medo. Mas, se tivesse um homem que puxasse o revólver, o Cerqueira sairia correndo. Ele não era esse valentão todo. Era um grande beberrão. Todos os deputados foram uns frouxos”.

Essas datas devem ser lembradas sempre para que as antigas, novas e futuras gerações não esqueçam o quanto é cara a democracia e a livre expressão.



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