O poder não tem olhos de jibóia, mas encanta e atrai. Basta verificar a debandada de prefeitos eleitos pela oposição para a base do governo. Em 2004, a FPA ganhou em 11 prefeituras. Dessas, 10 foram vencidas por candidatos do PT e apenas uma pelo PSB, em Epitaciolândia.
Passados pouco mais de três anos, o governador Binho Marques tem como aliados 20 prefeitos. Somente os prefeitos de Xapuri e Cruzeiro do Sul não foram fisgados pelo olhar encantador do poder.
Na medida em que a FPA foi se alargando por necessidades eleitorais, incorporando novos partidos, os prefeitos vieram a reboque. Na maioria dos casos foram os articuladores da aproximação. O resultado é que o número alcançado em 2004 subiu para 20. É como se o discurso único fosse implantado no Estado. Publicamente, todos falam a mesma língua. No reservado, porém, a conversa é outra.
Este ano, novamente a hegemonia da coligação que é praticamente comandada pelo PT será testada. Embora partidos da FPA se digladiem em vários municípios, o número de prefeitos da base dificilmente reduzirá. É um jogo em que o governo ganha de qualquer maneira. E sabe disso.
O problema é que as eleições deste ano servirão para nortear o que virá em 2010. Para o núcleo da FPA, interessa eleger pessoas que tenham o mínimo de compromisso ideológico. Mas ai vem outro problema: são poucos os que necessitam de elogiar para viver. O pessoal está interessado nos cargos que ocupa e nos espaços que cada partido preenche na estrutura de poder.
A jibóia do Governo da Floresta ainda encanta, mas são muitos os desencantados. São jararacas que não vêem a hora de atacar com o veneno fatal. Os répteis estão atuando por dentro.
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