segunda-feira, 31 de março de 2008

Gabinete Civil e as luzes da política
José Dirceu seria candidato natural à Presidência da República, caso não fosse derrubado pelo escândalo do Mensalão.

Desde que entrou no governo, Dirceu pensava só nisso. Conduziu todo processo de aliança do governo federal com esse fito. Foi com muita sede a pote e acabou, literalmente, pagando caro. Entrou e saiu da história pelas portas do fundo.

Agora, fala-se que a sua substituta na Casa Civil, a ex-guerrilheira Dilma Roussef, é a preferida do presidente Lula para lhe suceder a partir de 2011.

Não será tarefa fácil. Embora esteja muito bem junto ao eleitorado, Lula, ao que parece, não tem prestígio para eleger um poste. Está claro que, politicamente, a senhora Roussef é um poste órfão de voto e carisma.

Trazendo o jogo nacional para o campo local cabe lembrar o que fez ex-governador Jorge Viana. Conselheiro de Lula, o petista sempre teve atração para guindar seus chefes de Gabinete Civil para cargos eletivos. Fez isso duas vezes e obteve sucesso em ambas.

Jorge Viana, com o apoio dos seus companheiros dos partidos que formam a Frente Popular, conseguiu dar luz políticas a dois postes. Pessoas que jamais seriam eleitas sem aquela força que emana do carisma e do dinheiro.

O primeiro a ser iluminado foi o atual prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim.

Em 2000, Angelim saiu do gabinete ao lado do governador para concorrer a prefeito. Perdeu para o peemedebista Flaviano Melo.

Ao contrário do que se imaginava para um cidadão chamado de técnico, manteve-se na política. Protegido pelo falecido Programa Adjunto da Solidariedade foi eleito o deputado estadual mais bem votado em 2002.

Angelim nunca assumiu efetivamente o mandato. Permaneceu no governo e abriu vaga para um suplente. A meta era concorrer novamente à prefeitura. Foi o que aconteceu. Venceu a disputa em 2004 e tentará a reeleição em outubro.

Está provado que o técnico Angelim gosta de concorrer na política. Será a sua quarta disputa em apenas oito anos.

O outro poste eleito por Jorge Viana que também era seu chefe de Gabinete Civil foi Geraldinho Mesquita.

Filho de um ex-governador, Mesquita foi carregado para o Senado. Mas, chegando a Brasília, não aceitou que o seu mandato fosse conduzido pelos seus apoiadores. Quis ter mais luz do que seus geradores. Acabou ficando apagado politicamente.

Será que Lula aposta em Dilma Roussef para continuar mandando? Será que ela, caso seja eleita, se comportará como Angelim, que se mantém à sobra dos seus mentores políticos, ou tentará comportamento de Mesquita?

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