sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Eleição na Aleac

Notas sobre o Legislativo
Até o fim da tarde de ontem, Elson Santiago (PP) contabilizava 23 votos no seu embornal para se eleger presidente da Aleac.

O voto não contabilizado é o de Gilberto Diniz (PT do B), que bradou contra a escolha de Toinha Vieira para ocupar a quarta-secretaria.

Essa é um briga caseira. A dupla parlamentar tem reduto eleitoral em Sena Madureira, terceira maior cidade do Acre. Ambos pensam em concorrer à prefeitura.

Político pouco afeito à aparição pública, Santiago jamais subiu à tribuna para proferir um discurso, embora tenha quase 30 anos de parlamento. É bom mesmo nos bastidores, onde se movimenta bem.

Sua ascensão à presidência se deu graças a esse estilo mais reservado e à articulação do atual presidente, o comunista Edvaldo Magalhães. A afinidade entre ambos vai além do fato de terem nascido em Cruzeiro do Sul e serem torcedores do Corinthians.

Santiago debutou na política em 1982. Era funcionário da Contag. Concorreu a deputado estadual pelo PT e não venceu. Os votos da sua base foram rachados com o irmão Ronivon Santiago, que tentou chegar à Aleac pelo PDS.

Depois da primeira disputa, o futuro presidente da Aleac obteve sucessivas vitórias. Foi derrotado somente em 1998, mas tirou o mandato na condição de suplente.

Apesar de todo esse período no parlamento, o deputado só veio ocupar lugar na mesa diretora a partir de 2007, quando foi eleito segundo-secretário.

A partir de terça-feira será responsável por gerir uma casa que experimentou mudanças positivas nos últimos anos.

Não poderá deixar a peteca cair.
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Calado sabe o que quer
Sempre que há possibilidade de mudança na mesa diretora os funcionários da Aleac se dividem e tratam de se movimentar para garantir os seus cargos na máquina legislativa.

A turma tem apenas um partido, que é o PP, também conhecido como o Partido do Presidente.

Este ano havia quatro postulantes à presidência e a forma de cada um se comportar influenciou os seus partidários.

Quando Helder Paiva (PR) estava em alta e apontado como o sucessor de Edvaldo Magalhães, era comum ver os vários “barnabés” carregando a bíblia nas mãos. O parlamentar é pastor da Assembléia de Deus.

Outro que influenciou no comportamento foi o comunista Moisés Diniz. Ao lançar a sua candidatura, o deputado provocou uma corrida à leitura do livro de sua autoria, batizado de "O Santo de Deus”.


José Luiz Tchê (PDT) também teve os seus seguidores. Diversas pessoas passaram a usar a camisa do Internacional de Porto Alegre a se especializar em churrasco para fazer mimo ao gaúcho.

Os partidários de Elson Santiago calados estavam, calados permaneceram. Foram discretos até na comemoração.

E ainda há quem diga que calado não sabe o que quer!
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Voz da experiência
Deputado mais antigo da Aleac, Elson Santiago se encarregou de mostrar a casa para o novato Lira Morais (PRP).

Dentro do plenário, Santiago apontou para a tribuna e falou:

- Ali é a tribuna. Se você quiser usar, pode usar. Eu nunca usei. Nesse período todo em que estou aqui vi muita gente usar, mas não conseguiu se manter.

Lira Morais entendeu o recado.

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