segunda-feira, 11 de abril de 2011

Opinião

Por que Petecão tem
medo da reforma política?

Leonardo Cunha de Brito

O Senador Petecão (PMN ou sem partido ou PSD, até não sei quando) afirmou em visita aos meios de comunicação que o Senador Jorge Viana é a favor do financiamento público de campanhas porque com isso mataria os pequenos partidos. Segundo a reportagem, o Senador é contra o voto facultativo, pois isso favoreceria (pasmem!) o assistencialismo do Governo.

Lendo a reportagem, indaguei-me sobre o que verdadeiramente ele quis dizer. E para mim, a resposta é muito simples: a reforma política que o Senador transgênico acreano defende é, simplesmente, que não haja reforma política alguma.

A razão é muito simples: o atual sistema político-eleitoral favorece o jeito Petecão de fazer política, que podemos batizar de “Petequismo”.

E o que é o Petequismo? É um jeito de fazer política baseado no assistencialismo, na troca de favores, no personalismo, na ausência de programa e na infidelidade partidária. Isso é exatamente tudo o que o Senador Jorge Viana e o PT combatem, sempre combateram e combaterão a vida inteira.

O senador Petecão tem uma estranha mania de querer se fazer de bobo e de achar que as pessoas que ouvem seus discursos também o são. É por isso que brinca com a inteligência das pessoas com esse tipo de afirmação vazia.

Quando critica o financiamento público defendido por Jorge Viana e pelo PT, Petecão na verdade está dizendo “deixem tudo como está!”. Assim ele pode continuar fazendo suas campanhas sem nenhuma transparência, com financiamentos escusos, na base do assistencialismo e, como é de conhecimento público, sendo acusado de compra de votos.

Na verdade, até hoje, Petecão ainda não disse a que veio na vida pública. Não se conhece uma contribuição significativa que tenha dado como parlamentar para a cidadania acreana e brasileira. Sua única “ação” de mandato é “fornecer” transporte de graça para enterros se valendo da desgraça de pessoas pobres quando da morte de seus entes queridos, além de outros favores individuais. Seu intuito único e exclusivo é de manter uma rede de eleitores fiéis e vencer eleições. Anacronismo político puro. Um verdadeiro retorno ao que há de mais atrasado na política.

Outra característica do Petequismo é a incoerência extremada, que tem como marca a infidelidade partidária e a ausência completa de ideologia política. Tanto faz estar em qualquer partido político, defender qualquer coisa ou ir pra televisão dizer “vai dar certo!” ou “estou na moda!”. Tanto faz estar no PMN, no PSD ou no P “sei lá o que”. Tanto faz que seja um mandato do Acre ou do Amazonas ou negociado a troco de quê. Tanto faz que seja da base parlamentar da Dilma ou do Serra. O que importa é estar e se manter no poder.

Por fim, quando critica o voto facultativo com o argumento do “assistencialismo do governo”. Na verdade ele deve estar muito preocupado, pois terá que “convencer” em dobro o seu eleitor a votar nele.

Aliás, talvez não tenha percebido, mas em suas declarações mostrou de maneira muito clara ser contrário às políticas sociais implementadas pelos Governos do PT, como o Bolsa-Família e o Minha Casa Minha Vida. Sobre isso, ele deve uma explicação e uma posição mais clara aos seus eleitores e à sociedade acreana.

Provavelmente ele não saiba, mas tais políticas tiraram 30 milhões de pessoas da miséria (muitas incluídas em programas de economia solidária e no emprego formal) e vão permitir o acesso de mais de 1 milhão de pessoas à casa própria no Brasil. Talvez, o problema desses programas é que muitas dessas pessoas beneficiadas não vão precisar de um favor do “amigo” Petecão. Elas podem votar em que quiserem. Aliás, ao que consta, Petecão foi muito bem votado dentre os beneficiários de tais programas, o que, definitivamente desdiz sua majestosa tese. Ao contrário da doutrina Petequista, tais políticas são instrumentos de emancipação e não de dominação das pessoas sofridas.

Sobre o voto facultativo, o PT é contra a sua adoção por entender que a nossa jovem democracia ainda não está preparada para o voto facultativo e não por um argumento tão esdrúxulo como o apresentado pelo nobre “Senador do Povo”.

Defendemos sim o financiamento público, a fidelidade partidária, o voto em lista fechada e o fim das coligações proporcionais, pois entendemos que a democracia se faz com transparência, com fortalecimento de partidos e de seus programas, com coerência política e, sobretudo, com soberania popular. E só há soberania popular com o voto ético, consciente e livre de enganadores.

Presidente da Executiva Regional do PT

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