terça-feira, 12 de abril de 2011

Opinião

Jornal do Commercio

São todos iguais

Ana Lúcia Andrade na coluna Pinga Fogo

A ex-senadora Marina Silva foi o maior projeto político e eleitoral que o pequeno PV investiu, e lucrou, na sucessão presidencial de 2010. A verde chegou muito bem votada ao terceiro lugar de uma disputa que radicalmente se polariza entre PT e PSDB há 17 anos. Agora, a mesma Marina dos 19,6 milhões de votos é um percalço aos planos do mesmo PV, de continuar sendo um partido como outro qualquer, ao insistir numa democracia interna que nunca fez parte da vida dos verdes

O PV é uma legenda que só carrega um charme diferenciado das demais pela causa que a nomeia: a da defesa do meio ambiente com desenvolvimento. Mas é tão marcada pela histórica tradição de mandatários, que ditam as regras internas muitas vezes até de forma alheia à voz rouca dos eleitores, como outra legenda qualquer. É o PV um partido presidido, há mais de uma década, pelo mesmo “dono”: o ex-deputado federal José Luiz Penna. Que renovou há pouco a licença para continuar ditando os passos do PV.

Essa cultura de permanência tão longínqua em comandos de partidos só pode ser facilmente entendida pela força com que tais ocupantes controlam a máquina partidária. E alguém que é adepto dessa prática não combina com quem tem apreço pela democracia interna, não é verdade? Logo, é de se ter como ingênua a ex-senadora Marina Silva, se um dia ela apostou que seus quase 20 milhões de votos e seu discurso democrático a cacifariam para fazer do PV um partido diferente dos outros.

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