terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Acre sustentável

Investimentos, geração
de emprego e energia limpaO governador Tião Viana (PT) começou o dia com perspectivas boas para o Acre. O petista tomou café com o inglês Eric Bettelheim. A dupla estava acompanhada no repasto de secretários e assessores.

O cardápio principal não foi o pão, o bolo de macaxeira ou mingau de banana. Teve até quem não comeu diante da explicação minuciosa de um projeto que pode gerar 16 mil empregos, sendo seis mil diretos e 10 mil indiretos, no Acre nos próximos seis anos.

É um projeto que pode trazer investimentos externos sem empréstimos ou a fundo perdido. É dinheiro de investidores privados, que enxergam no Acre um local para investir a longo prazo.

Especialista reconhecido internacionalmente em mercados ambientais, financeiros e de investimentos, Eric Bettelheim representa um grupo de investidores externos que pretende investir US$ 600 milhões no Estado até 2018.

O início do projeto tem data marcada: janeiro de 2012.

Duzentos e setenta milhões de dólares seriam investidos no reflorestamento de 130 mil hectares de florestas. Os outros 330 milhões de dólares seriam destinados à geração de 200 Megawatts de Biomassa.

A Biomassa oferecida abasteceria três usinas, que, juntas, poderão abastecer todo o Estado de energia.
“O Acre pode, rapidamente, ser o único lugar no mundo a ter toda a sua energia limpa por meio de fontes renováveis. Seria a fundação para o crescimento industrial”, projetou o inglês.

O reflorestamento de 130 mil hectares serviria para ajudar o Acre a fazer a transição de derrubar as madeiras nativas a fim de ser usadas em negócios pouco rentáveis. “As madeiras de lei devem ser usada de forma mais sustentável. É essencial que a gente mude a forma de usar terra no Acre. O produtor pode ganhar mais usando menos terra”, defendeu.

O projeto também contempla a plantação de 10 mil hectares de seringueira, porque há no futuro, segundo, Bettelheim, perspectivas muito boa para o látex no Acre.

Bettelheim afirmou que os investimentos proporcionarão melhorias na aquacultura, na pecuária de corte, no manejo sustentável da floresta, no gado de leite, na plantação de dendê, do café, do cacau e de frutas tropicais.

O inglês destacou que há interesse de investidores internacionais porque o Acre é dotado do que há de mais moderno e avançado em legislação ambiental no mundo. É um Estado que busca melhorar a qualidade de vida das pessoas a partir das potencialidades que existem na floresta.

“Os investidores estão prontos para dar o próximo passo”, disse Bettelheim, informando que na próxima semana estará em Paris, onde se reunirá com representantes da Danone, a maior produtora de leite do mundo que tem interesse em investir no Acre.

O governo deve regulamentar a parceria nos próximos 30 dias, por meio da criação de uma Agência de Investimentos.

Quem é Eric Bettelheim
Eric Bettelheim é um especialista reconhecido internacionalmente em mercados ambientais, financeiros e de investimentos. É fundador e foi presidente-executivo da Gestão Florestal Sustentável (SFM) Ltd., de 1999 a 2009.

Estabeleceu SFM como um grupo privado de empresas dedicadas à realização de valor a partir do uso ético e sustentável das florestas tropicais e subtropicais, incluindo os serviços ambientais que prestam.

Bettelheim é considerado como um pioneiro no desenvolvimento de políticas florestais e de uso da terra mercado de carbono e de investimento.

Trabalhou extensivamente com instituições privadas, públicas e não-governamentais para promover o investimento em todo o mundo em desenvolvimento a fornecer meios de vida sustentáveis dos ecossistemas florestais preservadas e restauradas.

É advogado comercial de 25 anos e especialista na lei e regulamentação das instituições financeiras e produtos financeiros.
Seus clientes incluem o investimento e bancos comerciais, fundos de investimento, os negociantes de commodities, corretores de títulos e valores mobiliários e bolsas de derivativos e clearing houses de todo o mundo.

Tem publicado vários artigos e ensaios sobre temas de direito financeiro e regulação, bem como sobre os mercados ambientais e mudanças climáticas.
Ele foi co-editor e colaborador de uma obra seminal sobre o seqüestro de carbono publicado pela Royal Society.

A foto é do Sergio Vale.

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