segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Opinião

Lições de Mandela

Neste fevereiro que acaba hoje completou 21 anos que Nelson Mandela foi libertado da prisão.

Passou 28 anos preso, mas conseguiu se manter livre.

Os seus ideais contra o apartheid permaneceram vivo, ultrapassando as fronteiras de uma África do Sul segregada.

“Liberte Mandela”, era o que o mundo gritava.

Mandela foi defensor da luta armada contra o regime da minoria branca, que massacrava a maioria negra.

Atuou como guerrilheiro e sabotador, a ponto de ser considerado um terrorista.

Foi preso e condenado à prisão perpétua por sua postura radical. Poderia até ter sido executado como “traidor da pátria”.

Os anos de prisão, no entanto, não serviram para endurecer o coração do líder africano.

No dia 11 de fevereiro de 1990 ele saiu maior do que entrou.

Quando todos apostavam na manutenção de uma postura radical e de confronto, Mandela voltou pregando a paz e a unificação da África do Sul.

A postura pacifista lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz, conquistado em parceria com o então presidente sul-africano Frederick Willem De Klerk.

Na cerimônia de entrega do prêmio Mandela reafirmou que De Klerk era seu adversário político, mas a premiação tinha importância para todos os sul-africanos.

Mandela chegou à presidência da África do Sul em maio de 1994. Aquela foi a primeira eleição multirracial do país.

Na presidência da República ainda havia quem esperasse que radicalizasse contra a minoria branca, que tanto mal fez aos negros. Não foi isso que fez.

Nelson Mandela sabia que uma postura radical e de confronto que o que os seus adversários esperavam.

Seria a desculpa ideal para os brancos mostrarem ao mundo que os negros não tinham a grandeza para governar.

O presidente lutou pela unificação da África do Sul sempre surpreendendo os adversários. Mostrou-se um líder do tamanho da sua trajetória. Tornou-se um ícone que vai deitar no berço da eternidade.

Aqui no Acre, os políticos parecem ter perdido a capacidade de surpreender. Tudo está sendo muito previsível. O ódio está presente na maioria dos debates.

Seria importante que as lideranças lessem e vissem mais sobre Mandela.

É um bom conselho.


Mandela amava a África do Sul.


Quem ama o Acre deve agir e pensar grande.


Em tempo: Com mais de um ano de atraso, o repórter assistiu ao filme Invictus.

Estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, o filme mostra como Nelson Mandela conseguiu unificar a África do Sul através do rúgbi, um esporte destinado à elite branca sul-africana.

No filme, Mandela revela a preferência pelo poema “Invictus”, que você pode ler abaixo:

Invictus

(Título Original: "Invictus")

Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.


Nenhum comentário: