terça-feira, 20 de maio de 2008

Santa Rosa do Purus não
tem combustível nem gás
Quando desembarcarem quarta-feira no aeródromo de Santa Rosa do Purus, os deputados estaduais estarão chegando num município sem combustível nem gás de cozinha.

Esse não é um problema qualquer. Sem gasolina e diesel, qualquer cidade pára. Sem o gás de cozinha, é difícil até cozinha.

A falta desses produtos é provocada pela dificuldade de acesso num dos municípios mais isolados do Acre.

No verão, o Rio Purus seca e dificulta a navegação. No inverno, a pista do aeródromo alaga e impossibilita a decolagem e pouso das aeronaves de pequeno porte.

Quando tem, a gasolina e o diesel são vendidos em garrafas de refrigerantes Pet. A primeira custa R$ 4,50 o litro. O segundo não sai menos do que R$ 3,50.

Os preços dos produtos em Santa Rosa beiram o absurdo. Tudo é mais caro. Um quilo de feijão quase chega a R$ 8. Uma garrafa de refrigerante de dois litros não é consumida por menos de R$ 6,50.

Com a chegada dos deputados, por meio do Programa Assembléia Aberta, os cerca de quatro mil moradores de Santa Rosa do Purus esperam combustível novo para sair do atraso.

O evento promovido pela Assembléia Legislativa do Estado do Acre mobilizou vários outros órgãos e instituições bancárias. Estão no município representantes do Sebrae e dos bancos do Brasil, Amazônia e Caixa Econômica Federal.

Santa Rosa do Purus é um município bem cuidado, mas necessita de muitas coisas para melhorar. A sua população é majoritariamente indígena, que esperam maiores investimentos do Governo da Floresta.

Os deputados não esperem votos. O colégio eleitoral não chega a dois mil eleitores. Mas, neste distante município pode nascer uma concepção de inclusão das pequenas comunidades a partir do Parlamento.

A inclusão vale enfrentar a viagem num avião pequeno, o calor, a falta de infra-estrutura e os piuns e meruins que não temem nem repelente.


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